[Avaliação] Caoa Chery Tiggo 7 Pro: um SUV surpreendente
Agora com motor 1.6 turbo de 187 cv e câmbio DCT de 7 marchas, novo Tiggo 7 Pro aposta forte no conforto, mas tem outros atributos
O Caoa Chery Tiggo 7 Pro é um SUV surpreendente. Quem espera um carro confortável e pacato vai encontrar potência de sobra combinada com um câmbio de 7 marchas, comportamento dinâmico aprimorado e uma entrega de conforto acima da média. Rodamos uma semana com o novo SUV médio para esta avaliação.
Preço | Pontuação | Compra |
R$ 193.790 | 81 / 100 | Muito boa |
Motor e câmbio [13/15]
O Tiggo 7 TXS já era um bom carro, mas o novo Tiggo 7 Pro é muito melhor. A Caoa Chery trocou o motor 1.5 de 150 cv por um potente 1.6 turbo GDI (injeção direta de gasolina) com 187 cv de potência. O câmbio também é novo: saiu o automático de 6 marchas e entrou automático de 7 marchas de dupla embreagem (DCT). O conjunto motor-câmbio do Tiggo 7 Pro, portanto, é o mesmo do Tiggo 8, que é um SUV maior.
Por ser 111 kg mais leve, o Tiggo 7 Pro aproveita melhor o motor do que no Tiggo 8. Sua relação peso/potência é de 8 kg/cv – um número muito bom comparado aos 8,6 kg/cv do Tiggo 8 e aos 10 kg/cv do antigo Tiggo 7. Houve também uma melhora no torque, que passou de 210 a 4.000 rpm para 274 Nm já a 2.000 rpm. Um único pênalti para o novo motor é não ser flex. No caso do câmbio, falta a opção de trocas manuais pela borboleta.
Chassi [8/10]
O Tiggo 7 Pro conta com suspensão traseira independente, multilink, o que o coloca no mesmo patamar que o Jeep Compass e o Volkswagen Taos – e acima do Toyota Corolla Cross. A direção é leve nas manobras e ligeiramente “anestesiada” em velocidade, o que significa um compromisso com o conforto na condução. Os freios são a disco nas quatro rodas (ventilados na frente) e não tem variação de trajetória relevante em frenagens bruscas.
Os engenheiros da Caoa Chery conseguiram ajustar a suspensão do Tiggo 7 para um comportamento mais ao gosto do motorista brasileiro, que não gosta de traseira solta. Novos amortecedores e novo controle de tração da Bosch melhoraram a estabilidade do SUV médio.
Carroceria e Design [7/10]
Apesar de manter a mesma plataforma do modelo anterior, o novo Tiggo 7 Pro é um pouco mais largo e um pouco mais alto. O entre-eixos ficou igual, mas agora a Caoa Chery declara 475 litros de volume no porta-malas e não mais 414 litros. O carro tem alguns ajustes de design que o deixaram mais bonito, especialmente na parte dianteira. Mas há excesso de adesivos na tampa traseira e o formato do SUV não é muito diferente de tantos outros do mercado.
Desempenho [10/10]
É muito raro um carro ganhar 3,4 segundos na aceleração de 0 a 100 num simples facelift, mas o Tiggo 7 Pro conseguiu. Graças ao novo motor, ele passou para um patamar superior em desempenho. Vai de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos (contra 11s5 do antigo modelo). As retomadas de velocidade também são dinâmicas para o porte deste SUV: 40-80 km/h em 3,5 segundos; 60-100 km/h em 4,6 segundos; 80-120 km/h em 5,4 segundos. Com 7 cavalos a mais do que o Jeep Compass 1.3 turbo com gasolina, ele abre 6 décimos de vantagem (e o número do Compass foi obtido com os 185 cv do etanol e não com os 180 da gasolina).
Consumo [6/10]
Quando o fabricante aposta no desempenho, o consumo costuma piorar, mas isso não aconteceu totalmente com o novo Tiggo 7 Pro. Na estrada, por exemplo, tem o mesmo consumo do Compass (8,5 litros a cada 100 km), ganha fácil do Tiggo 7 anterior e quase empata com o Tiggo 8. Ambos fazem 11,7 km/l na estrada. Na cidade, aí sim, o Tiggo 7 Pro perde para o Compass T270: gasta 10,1 litros a cada 100 km contra 9,8 l/100 km do rival. É uma diferença pequena: para gastar apenas 1 litro a mais de gasolina do que o Compass, o Tiggo 7 Pro precisa rodar 333 km. Mérito do câmbio DCT de 7 marchas.
Multimídia [4/5]
A tela multimídia de 10,25” é fincada sobre o painel, fica em posição bem horizontal na mesma altura do cluster (o que é bom) e oferece conectividade Android Auto e Apple CarPlay. Por meio dela é possível, entre outras funções, definir o ângulo de abertura da tampa do porta-malas. É preciso usar o cabo para conexão e ele fica numa posição de difícil acesso, no compartimento inferior do console. Em compensação, a posição do celular para carregamento por indução é a melhor do mundo e há três entradas USB.
Equipamentos e Usabilidade [17/20]
O Caoa Chery Tiggo 7 Pro tem apenas dois pênaltis nos equipamentos. O quadro de instrumentos do antigo Tiggo 7 era muito melhor. O novo usa um visual exótico no qual o conta-giros é mostrado em números 0.7 (para 700 rpm), 2.4 (para 2.400 rpm), 3.3 (para 3.300 rpm) etc. Os números têm o mesmo formato do velocímetro e isso provoca uma certa confusão. Da mesma forma, o espelho interno convexo distancia demais os objetos refletidos. São itens que a Caoa Chery poderia trocar num facelift.
Tirando isso, o SUV dá um show em equipamentos: monitor de ponto cego, alerta de tráfego lateral (acende uma luz nas portas dianteira e traseira a menos de 25 km/h), alerta de tráfego traseiro cruzado, alerta de colisão na traseira quando um carro se aproxima rapidamente por trás, aviso de uso do cinto de segurança para todos os ocupantes, câmera 360 graus, carregamento de celular sem fio, luz ambiente panorâmica (dá até para combinar com o ritmo da música preferida), bancos dianteiros elétricos, banco do motorista com ajuste lombar e chave presencial com climatização à distância, entre outros.
Trata-se de um carro completo e que se torna mais amigável à medida em que vai sendo usado. As portas não são muito pesadas, ele é relativamente alto (173 mm do solo, bem mais do quer o antigo modelo), tem um enorme teto solar, bancos muito confortáveis, ajustes do volante em altura e profundidade, volante de direção com ótima pegada, muitos e bons porta-objetos, alavanca de câmbio tipo joystick e ótima ergonomia.
Comportamento dinâmico [16/20]
O comportamento dinâmico do Tiggo 7 Pro é igual ou melhor do que o do Jeep Compass. Esta é a grande novidade deste carro. O SUV chinês (fabricado no Brasil) realmente evoluiu nesse quesito, que é fundamental para quem dirige o automóvel. A surpresa vem pelo compromisso entre o conforto na rodagem (que é muito alto, superior ao do Compass Limited) e a boa estabilidade. Para quem ainda tem preconceito contra carro chinês, o Tiggo 7 Pro é mais uma bela demonstração de que não há razão para isso.
Vale destacar também que o carro agora vem com as teclas Eco e Sport, para oferecer uma condução mais econômica ou mais dinâmica. A tecla esporte muda os parâmetros do câmbio DCT e o motor passa a trabalhar em rotações mais altas, porém não há mudança na suspensão. Se tivesse, o carro subiria de patamar, mas o custo também ficaria muito alto e o Tiggo 7 deixaria de ser competitivo no mercado.
O Tiggo 7 Pro é mais confortável do que alguns rivais da categoria C-SUV, como o Jeep Compass e o Volkswagen Taos. Os pneus 225/60 R18 estão na medida certa. Rodas de aro 19 com pneus mais largos de perfil mais baixo deixariam o carro esportivo, porém haveria perda de conforto.
Ficha técnica
Preço: R$ 193.790
Motor: 1.6 turbo
Potência: 187 cv a 5.550 rpm
Torque: 274 Nm a 2.000 rpm
Câmbio: 7 marchas DCT
Comprimento: 4,500 m
Largura: 1,842 m
Altura: 1,705 m
Entre-eixos: 2,670 m
Altura mínima do solo: 173 mm
Ângulo de entrada: 21°
Ângulo de saída: 27°
Ângulo de rampa: n/d
Peso: 1.489 kg
Pneus: 225/60 R18
Porta-malas: 475 litros
Carga útil: 399 kg
Tanque: 51 litros
0-100 km/h: 8s1
Velocidade máxima: 180 km/h
Autonomia cidade: 9,9 km/l
Autonomia estrada: 11,7 km/l
Emissão de CO2: n/d