Avaliação: Fiat Argo Trekking com câmbio CVT vale a pena?
Rodamos durante uma semana com a nova configuração mecânica do Fiat Argo: motor 1.3 aspirado com câmbio automático CVT
A Fiat havia dissimulado a possibilidade de adotar o câmbio automático CVT no Argo depois que essa transmissão estreou no Cronos. Mas não demorou muito e o Argo 1.3 também ganhou sua versão automática. Na verdade, duas: uma Drive e outra Trekking.
Mas será que ficou bom? Para tirar a dúvida, rodamos uma semana com o Fiat Argo Trekking AT. Embora o câmbio seja CVT, a Fiat prefere usar a tradicional sigla AT, de Automático, na identificação do carro. Faz sentido, como explicaremos mais abaixo.
O que é novo – A novidade é mesmo a transmissão continuamente variável, cuja sigla em inglês é CVT. A diferença deste câmbio para o AT é que ele não usa engrenagem e sim duas polias que variam constantemente para deixar o motor girando na rotação ideal.
Duas versões do Argo 1.3 ganharam o câmbio CVT: a Drive e a Trekking, que é a variante aventureira do carro. Ela tinha perdido um pouco o sentido com a chegada do Fiat Pulse, mas agora, com o câmbio CVT, passa a ser uma opção mais acessível para quem quer um carro mais robusto e elevado.
O que nós gostamos – A Fiat conseguiu resolver um dos grandes problemas do câmbio CVT, que é a monotonia. O câmbio CVT do Argo Trekking tem marchas longas e, assim, consegue tirar mais do motor flex de 98 cv com gasolina e 107 cavalos com etanol. Mais importante: há trocas automáticas, apesar de ser um câmbio CVT.
A transmissão tem três tipos de utilização: automático, manual e sport. A central eletrônica atua para deixar o carro mais econômico ou mais esperto. Funcionou muito bem na prática. O motor responde rapidamente às solicitações no pedal do acelerador.
Com suspensão 20 mm mais elevada e pneus 205/60 R15 especiais (Pirelli Scorpion ATR), o Argo Trekking surpreendeu na utilização. O carro oferece um rodar macio, mas é estável na estrada, e não há pancadas secas nos amortecedores. Andando na frente ou no banco de trás, o Argo Trekking trata seus ocupantes com gentileza e mostrou ser muito prático e versátil no dia a dia.
O painel de instrumentos com números grandes, o computador de bordo fácil de usar e a multimídia esperta, com Android Auto e Apple CarPlay facilmente conectáveis, são pontos positivos do Fiat Argo Trekking.
A posição de dirigir também é muito boa, com destaque para o conforto e padrão dos bancos, bem como do volante de direção.
O espaço no banco traseiro surpreendeu, pois em várias ocasiões andamos com o carro cheio, com três adultos atrás, e a cabine não passou sensação de claustrofobia. Além disso, o ar-condicionado é muito eficiente e regula rapidamente a temperatura a bordo do veículo, pois as saídas de ar também são bem projetadas.
O que pode melhorar – A figura que aparece na faixa colocada sobre o capô não tem nada a ver. É um desenho estranho, que não significa nada, enfeia o carro e não deveria estar ali. Ao contrário das faixas laterais e traseira, que são bem bonitas.
O Fiat Argo é um carro bonito, mas a parte dianteira parece dar sinal de cansaço, pelo formato dos faróis. Talvez seja o caso de pensar em alguma coisa diferente para os anos finais do ciclo de vida desta primeira geração. A traseira continua bem resolvida.
A Fiat deveria oferecer airbags laterais e airbags de cortina para o Argo, pelo menos como equipamentos opcionais.
Potência e KML – Os 98 cv com gasolina e os 107 cv com etanol surgem somente a 6.250 rpm, com o motor gritando. O torque também demora a ser entregue: os 129 Nm (g) ou 134 Nm (e) estão disponíveis somente a 4.000 giros. Mas, apesar disso, a aceleração é boa pela cilindrada do motor: 11,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
Abastecido com gasolina, o Fiat Argo Trekking AT faz 8,9 km/l na cidade e 10,1 na estrada. Com etanol, faz 12,7 km/l na cidade e 13,9 na estrada.
Notas (pela categoria)
Desempenho - 7 (muito bom)
Consumo - 8 (muito bom)
Dirigibilidade - 9 (muito boa)
Conforto - 7 (muito bom)
Usabilidade - 10 (ótima)
Conectividade - 10 (ótima)
MÉDIA - 8,5 (MUITO BOM)
Veredicto – Vale a pena comprar o Fiat Argo Trekking AT porque o câmbio CVT não deixou o carro monótono, além disso ele é uma boa opção aventureira para quem não dispõe de R$ 106 mil para dar num Fiat Pulse automático.
Dimensões e capacidades
Comprimento: 4,031 m
Largura: 1,750 m
Altura: 1,568 m
Entre-eixos: 2,521 m
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 47 litros
Preços
Fiat Argo Trekking AT - R$ 89.990
Fiat Argo Drive AT - R$ 90.990