Avaliação: Hyundai HB20 1.0 turbo é evolução da espécie
Rodamos com o novo Hyundai HB20 1.0 TGDI e ele provou que é mais do que um rosto bonito; ele agrada na agilidade, na economia e na segurança
O Hyundai HB20 tem uma história de sucesso no Brasil, mas ela quase foi manchada com a estreia da segunda geração. O compacto coreano chegou ao mercado na mesma época em que o Chevrolet Onix deu um salto de qualidade e, além de não crescer como o rival, ainda desagradou no design. Mas agora tudo foi resolvido.
Rodamos quase uma semana com o novo Hyundai HB20 2023 em sua configuração topo de linha: 1.0 TGDI Platinum Plus. Para além de ter ficado muito mais bonito, trocando a boca de peixe que marcava a parte frontal por um design geométrico e mais simples, o novo HB20 melhorou em conforto, segurança e conectividade.
Ok, não foi possível aumentar o espaço, pois a mudança foi o primeiro facelift da segunda geração – e não uma nova geração. Ainda é muito cedo para isso. De qualquer forma, o carro cresceu externamente, graças ao aumento dos balanços dianteiro (+5 cm) e traseiro (+2,5 cm). O uso de novos materiais e a chegada de equipamentos de última geração deixaram o HB20 muito mais competitivo em sua categoria.
Na configuração avaliada, o Hyundai HB20 2023 mostrou que pode, sim, ser considerado uma evolução da espécie. Um dos pontos positivos do HB20 é que o motor 1.0 de 3 cilindros não vibra como em outros carros. Um bom trabalho da Engenharia da Hyundai em Piracicaba (SP).
Na versão avaliada, o motor é o 1.0 TGDI (turbo com injeção direta de combustível). São 120 cv de potência e 171 Nm de torque, muito bem entregues porque o HB20 conta com câmbio automático de 6 marchas. Um dos destaques é o baixo consumo. Com gasolina, segundo o Inmetro faz 14,3 km/l na estrada e 12,2 n a cidade. O câmbio manual é ainda mais econômico.
O Hyundai HB20 1.0 turbo permite rodar com etanol até mesmo na estrada (nos estados onde vale a pena usar este combustível). Oficialmente, ele faz 10,2 km/l na estrada e 8,6 na cidade. Fizemos mais. Na estrada, conseguimos médias acima de 12 km/l com etanol rodando em velocidades de até 120 km/h.
As respostas ao acelerador são boas, pois o torque máximo entra em baixos regimes (já em 1.500 rpm). No trânsito, isso torna o HB20 1.0 turbo bastante versátil.
O comportamento dinâmico do carro é bom, considerando se tratar de um modelo 1.0, mas há algum desvio de trajetória em algumas frenagens de pânico. Gostamos da suspensão, que não provoca pancadas secas. O carro tem pneus bem largos, com quase 20 cm de largura, o que ajuda na estabilidade. Também é elogiável o conforto na posição de dirigir, pois o banco acomoda bem e, junto com o volante de direção, a ergonomia é muito boa.
Alguns itens de assistência chegam a ser exagerados para um carro dessa categoria – mas, para quem não quer tanto, a Hyundai oferece a versão Platinum por R$ 9 mil a menos e a Comfort por menos de R$ 100 mil. Esta última nos parece ter a melhor relação custo-benefício dentro da linha HB20.
A multimídia também é boa e supera, por exemplo, a do Hyundai Creta 1.0 TGDI Limited. Por R$ 114.390 (preço nacional), o Hyundai HB20 1.0 TGDI Platinum Plus AT6 entrega, além de um surpreendente charme para um carro que estreou espantando consumidores, itens como câmera de ré, faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, ajuste do volante em altura e profundidade, retrovisores rebatíveis eletricamente, chave presencial, acionamento remoto do motor, informações do automóvel no aplicativo e muito mais.
A lista de itens de série inclui alarme antifurto volumétrico, assistente de farol alto, faróis com refletores duplos, assistente de desembarque, monitoramento da pressão dos pneus, indicador de fadiga, alerta de ponto cego, alerta de mudança de faixa, alerta de permanência em faixa, alerta de colisão frontal, alerta de tráfego traseiro cruzado, frenagem automática de emergência, frenagem automática em manobras, ar-condicionado automático, aletas para trocas de marchas no volante, bancos de couro, banco traseiro bipartido, sistema start-stop, indicador de temperatura externa e carregador do celular por indução.
Os números
Motor: 1.0 turbo flex
Potência: 126 cv a 6.000 rpm (g/e)
Torque: 171 Nm a 1.500 rpm (g/e)
Câmbio: 6 marchas AT
Tração: 4x2 (d)
Comprimento: 4,015 m
Largura: 1,720 m
Altura: 1,470 m
Entre-eixos: 2,530 m
Vão livre: 160 mm
Peso: 1.110 kg
Carga útil: 423 kg
Pneus: 195/55 R16
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 50 litros
0-100 km/h: 10s7
Velocidade máxima: 190 km/h
Consumo cidade: 12,2 km/l (g)
Consumo estrada: 14,3 km/l (g)
Emissão de CO2: 102 g/km