Avaliação: vale a pena comprar o Volkswagen Polo Track?
Passamos uma semana com o novíssimo Polo Track, o hatch que substituiu o Volkswagen Gol; veja os pontos positivos e o que pode melhorar
Se o Polo Track é o substituto do Gol e o Gol tem uma legião de fãs Brasil, por que a Volkswagen não batizou o Polo Track com o nome Gol? “Por que ele não é um Gol”, foi a resposta, um tanto irritada, de um executivo da Volkswagen. De fato, não é mesmo.
O que o executivo da Volkswagen não quis dizer, mas nós dizemos, é que o Gol se tornou sinônimo de carro atrasado. Por isso, independentemente das diferenças de plataforma, a Volks agiu bem em aposentar não apenas o carro, mas também o nome. Quanto ao Polo Track, é muito superior ao Gol, mas o nome revela que é menos do que um Polo.
Vale a pena comprar? Ele já teve um aumento e agora custa R$ 80.580. Mas, antes de responder se vale a pena, vamos analisar como o carro se comportou em nosso dia-a-dia.
O que é novo – Tudo é novo. O Polo Track é o primeiro modelo de uma nova família de quatro carros, que deve ter ainda um sedã compacto, um SUV pequeno e – quem sabe? – a nova geração da picape Saveiro. Ele é 45 kg mais pesado do que o Gol.
O novo hatch de entrada da Volkswagen tem 4 airbags, limpeza dos discos de freio, bloqueio eletrônico do diferencial, indicação de uso do cinto de segurança, assistente de freio hidráulico, alerta de frenagem de emergência, isofix e controles de estabilidade e tração.
Os principais equipamentos são: direção elétrica, ar-condicionado automático, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas, chave canivete com controle remoto, banco do motorista com ajuste de altura, abertura do porta-malas na cabine e tomada 12V. e pneus 185/65 R15 (as rodas são de aço, pretas, com bonitas calotas pretas).
O que nós gostamos – O visual é bastante agradável. A frente lembra muito a do Polo, o que é natural. Destaque especial para o design das lanternas traseiras. De qualquer ângulo que é observado, o Polo Track é bonito (algo que não ocorre, por exemplo, com o Fiat Fastback nem com o Chevrolet Onix).
As rodas pretas com calotas pretas ficaram muito bem resolvidas. Deixaram o carro mais barato, com aspecto robusto e esportivo, sem perder a beleza. Os pneus 185/65 R15 têm boa largura e perfil alto, o que é bastante apropriado para rodar no Brasil.
A posição de dirigir é excelente. É surpreendente que um carro sem ajuste de altura e de profundidade do volante consiga ser tão bom nesse aspecto. O formato dos bancos também ajuda muito. Eles são inteiriços e têm abas nas laterais que “abraçam” o corpo do motorista.
O espaço para os passageiros é digno, mais na frente do que atrás, onde o conforto só é possível com quatro pessoas a bordo. Três atrás ficam apertados, o que é comum nesta categoria.
A abertura do porta-malas por um botão na cabine é uma solução útil. Os porta-objetos também são bons e dá para carregar uma garrafa de água na porta, sem problemas.
O conjunto motor/câmbio é excelente. O motor 1.0 MPI, aspirado flex, tem um casamento perfeito com o câmbio manual de 5 marchas. Os engates são fáceis e precisos. Embora a arrancada seja lenta (0 a 100 em longos 13,4 segundos), Polo Track tem boa desenvoltura em velocidades médias, entre 40 e 100 km/h. Ele chega a 169.
O Volkswagen Polo Track é bastante econômico. Conseguimos médias próximas de 20 km/l de gasolina em vários trechos de estrada, o que daria um baixo consumo de 5 litros a cada 100 km. Portanto, se o motorista souber dosar o pedal do acelerador e trocar as marchas na hora certa, é possível melhorar as marcas oficiais do Inmetro (abaixo).
O acabamento é todo de plástico, mas a escolha dos materiais, dos tons e das texturas foi muito feliz. O carro é agradável por dentro e não passa aquela sensação de pobreza de alguns hatches de entrada.
A robustez do Polo Track é um fato. Passamos por várias estradas ruins e ele não apresentou desconforto, tampouco batidas secas nos amortecedores traseiros. Pelo contrário, é um carro bom de guiar em pisos ruins. Nota 10 também para a baixa vibração do motor de 3 cilindros.
O quadro de instrumentos é perfeito, com todos os itens necessários, ponteiros e números com boa leitura, inclusive conta-giros (uma ausência absurda no Polo TSI, que é bem mais caro).
O que pode melhorar – A ausência de espelhamento da tela do celular pode afastar alguns clientes, mas a Volkswagen quis marcar a diferença para o Novo Polo. Talvez, no futuro, quando o carro estiver consolidado, oferecer a multimídia como opcional pode ser uma boa ideia.
As duas entradas USB do Polo Track são do tipo C (pequena), mas muitos clientes vão ter que comprar um cabo por causa disso. Custava ter uma entrada USB convencional, considerando que o carro nem tem multimídia?
Potência e KML – São 77 cv de potência e 94 Nm de torque para quem gosta de abastecer com gasolina. A Volks sugere que seus clientes deem preferência ao etanol. Nesse caso, há um ganho de 7 cavalos e a potência chega a 84 cv, enquanto o torque sobe para 101 Nm. A potência máxima surge a 6.450 rpm; o torque máximo, a 3.000 giros.
Os números oficiais do Inmetro para autonomia são os seguintes: 13,5 km/l na cidade e 15 na estrada com gasolina; 9,3 km/l na cidade e 10,5 na estrada com etanol.
Notas (pela categoria)
Desempenho - 6 (médio)
Consumo - 9 (ótimo)
Dirigibilidade - 10 (ótima)
Conforto - 7 (muito bom)
Usabilidade - 10 (ótima)
Conectividade - 6 (média)
MÉDIA - 8,0 (MUITO BOM)
Veredicto – Vale a pena comprar o Volkswagen Polo Track por vários motivos. O principal é que se trata mesmo de um carro que é “pau pra toda obra”. É um digno substituto do Volkswagen Gol e certamente terá longa vida no mercado brasileiro. Destaque para a dirigibilidade e a usabilidade, impecáveis.
Dimensões e capacidades
Comprimento: 4,079 m
Largura: 1,751 m
Altura: 1,471 m
Entre-eixos: 2,566 m
Porta-malas: 30 litros
Tanque: 52 litros
Preço
Volkswagen Polo Track 2023 - R$ 80.580
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