Citroën pode ter o primeiro carro da arquitetura Bio-Hybrid
Investimento de R$ 2,5 bilhões de Stellantis na fábrica de Porto Real, no Estado do Rio, inclui variante da plataforma CMP
A Citroën pode ter o primeiro carro nacional da arquitetura Bio-Hybrid, da Stellantis. Na semana passada, o CEO da Stellantis América do Sul, Antonio Filosa, encontrou-se com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e sacramentou o investimento de 2,5 bilhões na fábrica de Porto Real até 2025.
Na ocasião, a Stellantis confirmou que R$ 330 milhões foram aplicados no desenvolvimento de uma variante da plataforma global CMP, oriunda da antida PSA Peugeot Citroën.
“A plataforma será a base para a continuidade da inovação do grupo e coloca o Polo Automotivo Stellantis de Porto Real em condições técnicas de produzir veículos híbridos, adotando a recém-anunciada tecnologia Bio-Hybrid”, diz um comunicado da supermontadora, que controla as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram e Abarth.
A arquitetura Bio-Hybrid da Stellantis combina três diferentes níveis de eletrificação com motores a combustão que utilizam gasolina e etanol (a parte Bio do projeto). A Citroën e a Fiat devem receber o sistema Bio-Hybrid de entrada MHEV (híbrido leve).
Trata-se da aplicação mais barata para a montadora e para o consumidor, com economia de cerca de 10% no consumo de combustível, mas com forte impacto na redução de gases no momento da partida do motor.
Atualmente, a Citroën fabrica o Novo C3 e o SUV C4 Cactus em Porto Real. No encontro da semana passada, Filosa e Castro posaram em frente a um C3 Aircross, que será o próximo lançamento da marca francesa no Brasil.
A plataforma CMP dispõe de grande flexibilidade para os engenheiros e, segundo a Stellantis, está apta para ser utilizada em modelos de diversas marcas da Stellantis, sendo também compatível com motorização térmica, híbrida e elétrica”.
O híbrido completo (Bio-Hybrid DCT) e o híbrido plugável (Bio-Hybrid Plug-in) devem ser usados em modelos mais caros e aspiracionais da Stellantis, especialmente das linhas Jeep e Peugeot. Por isso, as chances de o Bio-Hybrid começar com a Citroën são boas.
Depois de décadas de posicionamento confuso no Brasil, a Citroën agora é a marca que se pretende ser inovadora (honrando sua tradição que vem desde o começo do século 20 na França), mas também acessível. Tanto que o modelo 100% elétrico da Citroën no Brasil será o pequenino Ami – inicialmente confinado a locais fechados, devido à legislação brasileira.
Para a segunda metade da década, a Stellantis lançará também um veículo nacional totalmente elétrico, mas ele não será da Citroën. Será um carro da Jeep ou da Peugeot.
A tecnologia Bio-Hybrid é de aplicação flexível e pode equipar vários modelos produzidos pela Stellantis. É compatível com as linhas de produção das três plantas da empresa – Betim (MG), Porto Real (RJ) e Goiana (PE). Assim, se enquadra também na estratégia multirregional de produção da Stellantis.
O desenvolvimento das novas tecnologias de hibridização está em linha com o plano estratégico de longo prazo da Stellantis, Dare Forward 2030, que prevê a descarbonização de processos e produtos da empresa até 2038, com redução das emissões em 50% já em 2030.