Conheça a Toro da Honda vendida nos EUA. Caberia no Brasil?
Honda Ridgeline, a versão japonesa do Fiat Toro nos Estados Unidos, tem motor 3.5 V6 de 280 cv e um visual bacana, embora tradicional
Nem todos sabem, mas a Honda tem uma versão da picape Fiat Toro nos EUA. Chama-se Honda Ridgeline, tem carroceria monobloco como a picape brasileira, e atualmente é vendida em quatro versões, que vão de US$ 36.890 a US$ 45.545 (cerca de R$ 182 mil a R$ 225 mil).
No Brasil, o Renault Oroch e o Fiat Toro foram os pioneiros no conceito de picape monobloco de porte médio-compacto, ambos lançados em 2016. Mas o Honda Ridgeline surgiu bem antes, em 2005.
A Honda decidiu lançar sua picape monobloco nos Estados Unidos para permitir uma transição mais suave aos proprietários de sedãs, minivans e SUVs que migram para os veículos com caçamba.
A atual geração do Honda Ridgeline foi lançada em 2020 como modelo 2021. A picapetem aspecto mais assentado do que as picapes da categoria vendidas no Brasil (Fiat Toro, Renault Orock, Ford Maverick e Chevrolet Montana). A picape japonesa usa a mesma plataforma do Honda Pilot, um SUV crossover vendido nos EUA.
O desenho é ousado, principalmente na versão Sport das fotos. A picape é poderosa. Tem um motorzão 3.5 V6 com injeção direta de 280 cv de potência, apoiado por uma transmissão automática de 9 marchas. A tração é integral com vetorização de torque, que chega a 355 Nm. Para dar uma ideia, o Fiat Toro mais potente tem 185 cv, 270 Nm e câmbio AT6.
O capô com protuberância de potência pronunciada e os para-lamas dianteiros enfatizam o nariz quadrado e a grade bem vertical, ladeada por faróis de LED. No topo da grade há uma barra transversal que divide as lentes dos faróis – preto brilhante nas versões Sport e edição Black, cromado nas versões RTL e RTL-E.
O para-choque dianteiro destaca a robustez do design do Honda Ridgeline. Há amplas aberturas laterais que direcionam o ar através do para-choque e ao redor dos pneus e rodas dianteiros, criando cortinas de ar para melhorar o desempenho aerodinâmico.
A cor da carroceria também se estende mais abaixo no para-choque dianteiro, e uma placa protetora proeminente enfatiza o visual robusto da Ridgeline. Na traseira, detaque para o para-choque e para as agressivas saídas de escapamento duplas.
As rodas são de 18” e conferem à picape Ridgeline uma postura ampla e plantada. A Honda ainda oferece aos clientes estadunideneses um pacote criado em colaboração com a Honda Performance Development (HPD), que deixou o visual bem agreessivo.
A cabine do Honda Ridgeline tem bom espaço para as pernas no banco traseiro, com piso plano e bancos traseiros rebatíveis com divisão 60/40, oferecendo maior flexibilidade para transportar itens longos e altos no interior.
A “Toro da Honda” tem capacidade de carga útil de 718 kg e pode rebocar até 2.268 kg. Além disso, a picape Ridgeline ganhou 5 estrelas no teste de impacto do NHTSA (similar ao Latin NCAP).
A pergunta que não quer calar é: por que a Honda não importa a picape Ridgeline para o Brasil? É a mesma pergunta que fazemos para a Hyundai em relação à picape Santa Cruz. Bem trabalhados, os dois produtos caberiam no Brasil.
As duas empresas acreditam que o segmento de picapes é difícil de trabalhar e teriam que investir muito tempo, dinheiro, pessoal e energia para isso. Sorte do Fiat Toro e das outras picapes da categoria. Pelas características, o Honda Ridgeline seria para um nicho pequeno, devido ao motor V6. Já o Hyundai Santa Cruz teria mais chances de dar certo.