Conheça os carros que a chinesa GWM pode fazer no Brasil
Great Wall Motors inaugura fábrica que era da Mercedes e diz que vai começar com SUVs e picapes, mas depois produzirá carros 100% elétricos
A gigante montadora chinesa Great Wall Motors deu início à sua operação no Brasil com a inauguração da fábrica de Iracemápolis (SP). Conhecida também pela sigla GWM, a Great Wall revelou que vai atuar no mercado brasileiro com três marcas: Haval, Tank e Poer.
A Haval terá apenas modelos do segmento SUV para uso on-road. A Tank também estará no segmento SUV, porém com modelos off-road de luxo. A Poer terá picapes. Até 2025, a GWM lançará 10 modelos dessas três marcas. O primeiro carro produzido no Brasil será lançado no segundo semestre de 2023. Todos os veículos que a GWM fabricará em Iracemápolis serão da próxima geração de carros da montadora. Antes disso, porém, no quarto trimestre deste ano, chegará o primeiro carro importado.
Maior montadora chinesa de capital 100% privado, a GWM investirá mais de R$ 10 bilhões no Brasil. Serão dois ciclos de investimento: cerca de R$ 4 bilhões de 2022 a 2025 e R$ 6 bilhões entre 2026 e 2032, com geração de 2.000 empregos diretos até 2025. Num segundo momento (que pode ser o segundo ciclo de investimentos), a Great Wall passará a produzir carros 100% elétricos de sua marca Ora.
Entre os SUVs Haval, os mais cotados para estrear no Brasil, mesmo que sejam importados, são os novos H6, Jolion, F7 e F7x (este um SUV cupê). No terreno das picapes, há dois modelos da Poer - mas a montadora não diz se vai optar pelo modelo maior ou pelo mais compacto. Da Tank deve vir o pequeno modelo 300, que tem a frente parecida com a do Ford Bronco.
No mercado de carros 100% elétricos, a marca Ora deve apostar no subcompacto Adora. Mas nunca é demais lembrar que, recentemente, a GWM criou um alvoroço mundial ao apresentar o Ora Punk Cat, que é uma cópia do VW Fusca, porém com quatro portas. O mais importante aqui é que a GWM é a primeira montadora a confirmar que vai fabricar carros 100% elétricos no Brasil. Mais do que isso, considera também a possibilidade de fabricar baterias.
Os veículos com motorização híbrida terão potência entre 230 cv a 430 cv e torque entre 410 Nm e 762 Nm. Na prática, esses números se traduzem em aceleração de 0 a 100 km/h de 7,2 segundos a apenas 4,8 segundos e consumo de combustível de 75 km/l a incríveis 208 km/l no uso combinado do motor elétrico com o motor a combustão como apoio. Para dar uma ideia, o híbrido plug-in da GWM terá autonomia elétrica de 200 km (os carros atuais mal passam dos 50 km).
“A GWM nasce como líder na produção de veículos inteligentes de nova energia", explica Oswaldo Ramos, Chief Commercial Officer (CCO) da GWM Brasil. "A marca oferece a experiência de dirigir um carro elétrico com a tranquilidade de ter o suporte de um motor a combustão para longas distâncias. Isso gera a potência e o torque inigualáveis do carro elétrico e um baixíssimo consumo por conta do apoio da bateria.”
Outra novidade tecnológica é que a GWM já está iniciando parcerias para estudos de uso de etanol como fonte de geração de hidrogênio para veículos com célula de combustível.
"A GWM é a primeira empresa na China que forma parte da Comissão Internacional do Hidrogênio e tem vários projetos de pesquisa para as diferentes aplicações desse gás como elemento de propulsão",comenta Pedro Bentancourt, Chief Relations Officer (CRO) da GWM Brasil. "Pretendemos utilizar a unidade no Brasil como base de conhecimento na realização de acordos com Universidades e Centros Tecnológicos Brasileiros visando desenvolver pesquisa que, por exemplo, inclua o uso do etanol como fonte de hidrogênio.”
Todos os modelos produzidos no Brasil terão recursos de conectividade e sistemas semiautônomos de segurança Nível 2 de série, além de permitir o uso do comando por voz para controlar as funções do veículo, como fechar vidros ou abrir o teto solar. Os veículos da GWM no Brasil também estarão prontos para suportar o recurso de conectividade 5G.