Script = https://s1.trrsf.com/update-1734029710/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Honda e Chevrolet vão sair do Brasil? Entenda esses boatos

Motivos diferentes levam sites, canais de YouTube e até jornalistas especializados a falarem sobre o adeus da Honda e da GM

19 set 2023 - 11h10
Compartilhar
Exibir comentários
Honda e Chevrolet: boatos de que vão virar apenas importadoras são infundados
Honda e Chevrolet: boatos de que vão virar apenas importadoras são infundados
Foto: Honda / GM / Guia do Carro

Nos últimos dias voltou a circular no país duas fakes news (notícias falsas, não-notícias): Honda e Chevrolet vão sair do Brasil.

Segundo os boatos, a Honda e a GM (dona da Chevrolet) querem seguir o caminho da Ford, que em janeiro de 2021 deixou de ser fabricante de carros acessíveis e passou a ser importadora de automóveis caros.

O caso da Honda

Os motivos seriam diferentes. No caso da Honda, o fim da produção local dos modelos Civic e Fit – dois carros muito admirados pelos brasileiros – seria o sinal de que a montadora japonesa estaria de malas prontas. Junte a isso o fato de que uma das fábricas da Honda foi desativada recentemente.

Mas é mentira. O Honda Civic e o Honda Fit deixaram de ser fabricados por motivos estratégicos, porém foram substituídos no plano de fabricação da Honda. No lugar do Fit surgiu o inédito Honda City Hatchback. No lugar do Civic veio uma nova geração do City Sedan.

O City Hatchback é alongado e traz itens que fizeram sucesso no Honda Fit. E o novo City é a prova de que a Honda quer atuar no segmento de sedãs mais vendido no Brasil. Como o Novo Civic ficou muito tecnológico e, com isso, seu custo subiu, seu preço seria inacessível para a maioria dos consumidores de automóveis sedãs.

Portanto, a Honda optou por manter em produção um sedã compacto superior, que é quase um mini Civic, e trazer o Novo Civic com todas as tecnologias disponíveis no mercado global, inclusive com o sistema híbrido e:HEV, que é mais avançado do que o do Toyota Corolla Hybrid.

Nova geração do Honda HR-V vem superequipada:

No caso do Fit, esse carro surgiu num momento em que os monovolumes estavam em alta e cumpriu seu papel no país. Entre investir no novo Fit e criar uma opção de hatchback que não havia em sua linha, a Honda optou pela segunda opção.

E além do mais passou a produzir no Brasil a nova geração do Honda HR-V, que está em linha com o que a marca japonesa oferece nos principais mercados do mundo.

O caso da Chevrolet

Alguns anos atrás, quando a economia brasileira enfrentava uma forte crise, o presidente da GM na época, Carlos Zarlenga, ameaçou sair do Brasil. Era uma pressão por melhores condições.

A própria GM se recuperou e a marca Chevrolet foi líder durante cinco anos (2016-2020) seguidos. Sem contar que o Chevrolet Onix foi hexacampeão nacional de vendas (2015-2020).

Com a necessidade de fabricar carros elétricos para ajudar a conter o aquecimento global, a GM marcou uma posição firme a favor dos veículos a bateria. A partir de 2035, por ordem de Detroit, a Chevrolet e todas as outras marcas da General Motors (Buick, Oldsmobile, Cadillac etc.) serão 100% elétricas.

Com isso, muitos jornalistas passaram a questionar a capacidade da GM de fabricar somente carros elétricos no Brasil a partir de 2035. Isso porque, atualmente, o mercado ainda é muito restrito e os preços dos carros são muito altos.

A própria linha de carros elétricos da Chevrolet é muito elitizada, o que reforça a teoria de que “a GM não terá outra saída a não ser seguir a Ford e se tornar uma importadora”. É possível que isso aconteça no futuro? Sim, mas não só com a GM. A rigor, qualquer marca que não consiga se adaptar aos novos tempos poderá deixar de ser fabricante.

Mas isso não tem nada de concreto. Na verdade, as condições para que a GM passe a produzir somente carros elétricos da Chevrolet estão cada vez mais favoráveis.

Para dar uma ideia, a Volkswagen e a Stellantis já anunciaram que vão fabricar carros elétricos no Brasil ainda nesta década. E o compromisso da Chevrolet é para 2035. 

Outro fator desconsiderado nesses boatos é que a GM é sócia da montadora SAIC na China, que já está fabricando seus primeiros veículos elétricos.

Portanto, assim como as linhas Onix, Onix Plus, Tracker e Montana têm origem na China, os futuros carros elétricos da Chevrolet provavelmente também terão origem no país asiático, com menores custos de produção.

Chevrolet Montana: dirigimos a nova picape da GM :

Outro fator ignorado pelas fontes das fake news é o fato de a GM ser muito forte em outros países da América do Sul, como Colômbia, Chile, Argentina e Peru. Esses países já decidiram que vão ter carros elétricos. E é a partir do Brasil que a GM pretende abastecê-los com modelos elétricos da Chevrolet.

Fake news com outras intenções

Se não bastasse a apressada conclusão de muita gente sobre os destinos da Honda e da GM, há ainda a guerra de narrativa política. Num dos vídeos que circula na internet,a “saída” da GM do Brasil é atribuída ao novo governo.

Mas a realidade é diferente: o governo atual parece estar alinhado às necessidades das montadoras locais, por isso deve criar impostos para reduzir o ritmo da entrada dos carros elétricos no país, mas também está aberto à chegada de novos fabricantes, como a BYD, que em dois ou três anos estará fabricando o Dolphin elétrico e o Song híbrido plug-in em Camaçari, na Bahia.

Tudo isso apenas favorece a estratégia da GM por uma Chevrolet 100% elétrica. Com a chegada da BYD, novos fornecedores se instalarão no Nordeste e isso facilitará a produção de carros elétricos da Stellantis (Jeep) em sua fábrica de Goiana, Pernambuco.

Aos poucos, as condições favoráveis para produção de carros elétricos estarão formadas.

Guia do Carro
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade