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IPI Verde: incentivo de R$ 19 bi para carros com redução de CO2

ABVE elogia novas medidas do governo, que prevê “bônus” e “malus” para as montadoras que descarbonizarem seus carros, ou não

1 jan 2024 - 13h22
(atualizado às 21h42)
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Resumo
O governo brasileiro criou o Programa Mover e o IPI Verde, com incentivos destinados à produção de carros com redução de emissão de CO2. Acrescentou um PL de 'depreciação acelerada' para o parque industrial. O sistema prevê 'bônus' e 'malus', mas o foco exclusivo em veículos híbridos flex pode isolar o Brasil.
Haval H6 híbrido e Ora 03 elétrico: dois carros chineses que poderão usufruir do IPI Verde, se forem produzidos no Brasil
Haval H6 híbrido e Ora 03 elétrico: dois carros chineses que poderão usufruir do IPI Verde, se forem produzidos no Brasil
Foto: GWM / Guia do Carro

Além do novo Programa Mover, o governo criou o IPI Verde, que prevê incentivos de R$ 19 bilhões para as montadoras que produzirem carros com redução de CO2. Já em 2024 o IPI Verde prevê R$ 3,5 bilhões de incentivos.

O governo criou um sistema de “bônus” e “malus”, ou seja, incentivando quem produzir carros com novas tecnologias e multando quem não atingir as metas de descarbonização. A Anfavea, associação das montadoras trradicionais, gostou do Programa Mover. O Mover e o IPI Verde também receberam elogios da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).

Outra iniciativa do governo é um Projeto de Lei (PL) que cria um programa de “depreciação acelerada” do parque industrial brasileiro, visando incentivar a sua renovação tecnológica. “O ano de 2024 será também de muito trabalho pela eletromobilidade, e agora com apoio dessas importantes políticas públicas”, disse Ricardo Bastos, presidente da ABVE.

O sistema de “bônus e malus” levará em conta critérios como: fonte de energia para propulsão, consumo energético, potência do motor e reciclabilidade. Prevê ainda um novo sistema de medição de emissões de carbono “do poço à roda”, que levará em conta todas as etapas da produção do combustível utilizado no veículo, desde a colheita, no caso do etanol, até a composição das baterias, no caso dos veículos elétricos.

Mas nem todos elogiaram as medidas. Para o jornalista Marcos Rozen, editor do site Use Elétrico, “o novo programa federal automotivo transforma o Brasil na ilha do híbrido flex”. Segundo Rozen, “o regime automotivo para os próximos cinco anos ignora a produção local de veículos elétricos”.

Na opinião do site especializado em carros elétricos, o governo brasileiro coloca “todas as fichas no balaio no híbrido flex”. Rozen explica: “É uma aposta arriscada, que tende a tornar o Brasil uma ilha no universo global automotivo, uma vez que os veículos flex fuel e grande estrutura de produção e distribuição de etanol só existem aqui”.

Em reportagens anteriores, o Guia do Carro também alertou para o risco de o Brasil ficar isolado se as montadoras apostarem só no híbrido flex e não nos carros elétricos a bateria. Para além disso, para que o híbrido flex contribua para a redução das emissões de CO2 é preciso que os motoristas abasteçam com etanol, coisa que 70% não fazem.

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