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Jeep Renegade 4x4 Flex prova seu valor nas dunas radicais

Veja como o Renegade com tração integral se saiu numa rota de 260 km por dunas desafiadoras, praias desertas, areia fofa e mangues

26 mai 2023 - 10h17
(atualizado às 10h51)
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O Jeep Renegade 4x4 Flex participou de um raid de aventura de 260 km no litoral do Ceará e do Piauí, entre as cidades de Jericoacoara e Parnaíba. Nessa viagem rodamos praticamente o tempo todo no off-road por trilhas que margeiam as praias ou pelas próprias praias desertas. Por isso, no primeiro dia, o roteiro de 190 km durou 8h50min, com paradas para fotos e almoço.

O primeiro trecho foi o mais radical, entre Jericoacoara e Barra Grande, já no Piauí. O raid formado por 18 carros 4x4 tinha, além do Renegade (versões Trailhawk e Série S), mais quatro modelos da Jeep: Compass, Commander, Wrangler e Gladiator.

Jeep Renegade 4x4 na última travessia de balsa na Rotas das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na última travessia de balsa na Rotas das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

O Jeep Renegade que utilizamos nessa experiência era um Trailhawk, equipado com pneus de uso misto (215/60 R17). Ele tinha os sulcos mais apropriados para o off-road do que os Renegade S, que estava com pneus mais estradeiros, 235/45 R19. No entanto, todos os carros se comportaram bem nos terrenos mais difíceis.

A primeira providência que tomamos, junto com a equipe de apoio da Jeep, foi reduzir a pressão dos pneus de 36 para 20 psi. Dessa forma, os pneus de 21,5 cm de largura se tornam mais largos e achatados, proporcionando mais grip e maior aderência.

O sistema de tração do Jeep Renegade foi fundamental para vencer as dunas. Selecionamentos o sistema no modo Sand (areia), travando no 4x4 High, de forma que a potência e o torque passaram a ser distribuídos para os dois eixos e de acordo com a roda que tivesse mais necessidade de tração.

Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

Nessa condição, o mapeamento do motor e da transmissão mudam, deixando o carro mais responsivo e com a rotação mais elevada. Nos trechos de subida em dunas, por exemplo, procuramos manter o motor acima de 3.000 rpm. Por isso, também, o painel digital do Renegade Trailhawk foi muito útil, pois oferece fácil leitura do conta-giros em uma das telas.

Rodando em pisos de areia mais dura, nas praias, molhadas ou secas, também utilizamos o modo Sand, mas quase sempre em 3ª marcha, mas era possível mudar para 4ª ou 5ª na borboleta do volante para poupar combustível e reduzir o ruído interno.

Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

Houve apenas três casos de atolamento nas subidas das dunas. Mas em todos eles o imprevisto foi por descuido dos condutores, que não conseguiram manter os pneus nos trilhos do carro-madrinha, que era um Jeep Gladiator Rubicon. Nas dunas, é muito importante seguir um carro com um guia da região, pois elas se transformam em precipícios bem altos quando acaba a subida.

A técnica para sair do atoleiro é parar o carro, cavar um buraco atrás das rodas traseiras, dar uma pequena marcha-à-ré, desviar um pouco para o lado e criar um trilho novo. Numa ocasião, estávamos atrás de um carro que atolou e o Renegade 4x4 saiu tranquilamente.

Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

Outra técnica fundamental é manter o volante de direção reto na partida, que tem que ser suave. O carro vai patinar um pouco, mas logo o sistema se encarrega de dar tração às rodas necessárias e, a partir, pode-se ir acelerando gradativamente. Se virar muito o volante, seja na subida ou na descida, o carro vai escorregar e atolar.

A descida de uma duna requer muito cuidado e inspeção do local antes de apontar o carro. É fundamental analisar o que há lá embaixo, no pé da duna, e a inclinação da mesma. Também é importante saber qual é o grau de inclinação que seu carro 4x4 suporta e deixar o carro bem reto no topo do precipício para iniciar a descida.

Com o Jeep Renegade 4x4, deve-se acelerar levemente para iniciar a descida e depois ir controlando a velocidade no pedal de freio, sem travar, e sempre no modo de tração 4x4 Sand. É uma experiência interessante e amplia bastante a utilização que você pode dar ao seu carro 4x4. Não apenas nas duas, mas também nos trechos de praia.

Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

Nesse roteiro, subimos inúmeras dunas que proporcionam paisagens maravilhosas do litoral nordestino, descrevemos três dunas bem inclinadas em cinco ocasiões (a mais alta foi repetida duas vezes) e na mais radical de todas – a Duna do Funil, que chega a ter 100 m de altura – tivemos o bom senso de não enfrentar. Trata-se de uma duna temida por todos os motoristas “duneiros” da região.

Vale destacar também que as dunas são montes de areia formados pelo vento; portanto, eles podem estar diferentes de um dia para o outro. E para andar nas praias também é preciso se informar antes. Há dezenas e dezenas de quilômetros que só podem ser transpostos durante a maré baixa. Há relatos de que vários carros foram perdidos por motoristas que não respeitaram os horários da maré baixa. Sem contar que a cada dia a maré baixa e sobe num horário diferente.

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Jeep Renegade era o menor dos 18 carros que participaram da “Rota das Emoções” promovido pela marca de SUVs 4x4 da Stellantis dentro de seu programa Jeep Destinos. E isso também foi juma vantagem. Nas três travessias de balsa que fizemos, por rios ou braços de mar, em duas a balsa era minúscula. Mal cabia o Renegade e não dá sequer para descer do carro. A primeira travessia de balsa foi em Jeri Guriu.

Quase todas as travessias são individuais. Somente na segunda, no Riacho Tucunduba, havia balsas maiores, que acomodavam dois ou três carros, dependendo do tamanho. Na última travessia, entre a Ilha do Amor e Camocim, no Ceará, a balsinha com o sujestivo nome "Mentira" não tinha boia nem colete salva-vidas e o balseiro dependia do funcionamento de uma minúscula hélice que ficava na ponta de um cano motorizado.

Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rotas das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

O trecho tem correnteza que vem do Rio Coreaú e 8 m de profundidade. Se o motorzinho falhar, a balsa fica à deriva, pois também não há remos a bordo como plano B. Outro detalhe importante: o carro tem que desembarcar de ré, com a balsa não muito firme na margem, passando as rodas por duas tábuas de madeira.

Jeep Renegade 4x4 embarcando na balsa "Mentira":

Nosso Jeep Renegade foi o segundo carro a cruzar o braço de mar. O segundo Renegade a cruzar tinha entrado meio torto na balsa e na hora de descer os balseiros não se atentaram para a direção das rodas. Resultado: o Renegade caiu de traseira da balsa, mas por rápida ação do motorista e graças ao sistema de tração, o carro se movimentou com três rodas de ré, na subida. E conseguiu escapar de cair na água.

Foi neste momento que o Jeep Renegade 4x4 mais provou seu valor. Essas travessias são uma aventura. O Jeep Gladiator que puxava o comboio saiu na frente de todos, mas levou mais de 15 minutos para conseguir desembarcar porque uma das tábuas de engrada e saída caiu na água e ficou presa no fundo devido ao peso do carro.

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro

Os balseiros tiveram que pular na água, empurrar a balsa e desatolar a embarcação para que o Gladiator pudesse fazer a manobra de saída. Por isso, também sugerimos nunca encarar esses desafios sozinho. Um grupo de dois ou três carros (com rádio comunicador Walk Talk) pode ser fundamental.

Nos 190 km percorridos nesse raid não há estrutura. Somente a cerca de duas horas de Jericoacoara, perto das maiores dunas, fica a enorme Barraca do Didi, que vende bebidas e comidas. Há também várias meses e redes. Como fica ao lado de um lado, parte das mesas fica dentro da água com cabaninhas individuais. Também há espreguiçadeiras e redes dentro da água.

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O raid da Jeep partiu de Jericoacoara às 7h00 da manhã e só chegamos a localidade de Camocim, onde há um bom restaurante (Brilho do Mar), às 14h00. Por isso, é importante levar água, frutas e lanches numa geladeirinha. Protetor solar, camisa anti UV e chapéus de abra grande também são fundamentais. O sol é cruel e perigoso para a pele humana.

Depois de Camocim ainda fomos até a Praia do Maceió e Bitupitá, ainda no Ceará, e depois pegamos maior parte da estrada de asfalto até Chaval, onde fica a divisa de estados entre Ceará e Piauí.

Há trechos de pista boa, com ótima sinalização, faixas pintadas etc., mas também há trechos com alguns buracos na pista e muitos animais à beira da estrada. Nesse trecho, voltamos a tração do Renegade Trailhawk 4x4 Flex para o modo Auto.

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

No piso de asfalto o Renegade Trailhawk tende a ser menos confortável dos que as demais versões da gama, devido aos pneus de justo misto. Mas isso não foi um estorvo, mesmo passando por áreas de paralelepípedo. Um detalhe interessante do carro é o navegador por GPS nativo, muito prático e eficiente.

Pernoitamos em Barrinha, num aprazível resort ecológico que fica no início do litoral do Piauí, entre Cajueiro da Praia e Barra Grande. Como o Estado tem apenas 60 km de litoral, no dia seguinte fizemos o roteiro até Parnaíba pelas estradas de asfalto, pela PI-116 e pela BR-402. Nesse trecho o asfalto normalmente é bom, mas há alguns pedaços com muitos buracos e – importante – vários animais cruzando a pista.

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Um pequeno trecho da estrada estava alagado, mas foi fácil transpor, principalmente porque o Jeep Renegade é alto e tem 20,2 cm de vão livre do solo. É preciso muito cuidado porque animais de grande porte, como cavalos, às vezes correm em direção à pista. Os bichos vivem completamente soltos.

Finalmente, nesse trecho do Piauí, entre Barrinha e Parnaíba, quase todas as casas à beira da estrada têm um quintal com jardim repleto de flores multicoloridas. Dá para perceber que as pessoas ali vivem sem luxo, mas com muita dignidade. Este segundo trecho, de apenas 70 km, terminou no aeroporto de Parnaíba, de onde pegamos um voo de volta para Jericoacoara.

Conclusão: pode comprar o Jeep Renegade 4x4 sem medo de ser feliz, pois o carro realmente é capaz de proezas incríveis, graças ao seu sistema de tração off-road. O Trailhawk e o Série S custam exatamente o mesmo preço. Então depende mais da principal utilização que você pretende dar ao SUV e de seu gosto por alguns detalhes estéticos.

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Dados técnicos

Jeep Renegade Trailhawk

Motor: 4L transversal (d)

Cilindrada: 1.3 (turbo flex)

Potência: 180 cv (g) e 185 cv (e)

Torque: 270 Nm (g/e)

Tração: 4x4 sob demanda]

Transmissão: 9 marchas AT

Direção: elétrica

Pneus: 215/60 R17

Comprimento: 4,268 m

Largura: 1,085 m

Altura: 1,712 m

Entre-eixos: 2,570 m

Vão livre: 202 mm

Porta-malas: 314 litros

Tanque: 55 litros

Km/litro cidade: 9,0 (g) e 6,2 (e)

Km/litro estrada: 10,7 (g) e 7,5 (e)

Alcance: 589 km

0 a 100 km/h: 9s7

Velocidade máxima: 202 km/h

Preços do Jeep Renegade 4x4

Série S: R$ 174.990

Trailhawk: R$ 174.990

Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Jeep Renegade 4x4 na Rota das Emoções
Foto: Studio Cerri / Stellantis / Guia do Carro
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