Novo BMW X1: primeiras impressões revelam carro superior

Já dirigimos o BMW X1 da terceira geração, que estreia com 700 unidades importadas e será fabricado no Brasil a partir de abril

Sergio Quintanilha

29 mar 2023 - 09h41

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BMW X1 SDrive20i M Sport
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O novo BMW X1 é o que o X3 foi alguns anos atrás: um SUV premium da categoria C (médio). O carro é maior do que o Jeep Compass (modelo mais vendido do segmento) e ficou até mesmo mais alto em relação ao solo. Nesse aspecto, ganha do Compass e humilha seu principal rival, o Audi Q3.

Já dirigimos o novo BMW X1 em estradas paulistas, num roteiro que foi da sede da montadora alemã, em São Paulo, até a Serra do Japy, no interior. A versão topo de linha, M Sport, é uma das duas que vem na configuração SDrive 20i, de 204 cv e 300 Nm. A outra é a X-Line, que tem menos equipamentos e que também dirigimos.

Uma das diferenças do X1 M Sport são as rodas maiores, de 20”, com pneus 245/40. Outra, muito importante, é a borboleta para trocas de marcha manuais no volante. Há ainda Head-Up Display e piloto automático adaptativo. São detalhes importantes e que tornam a vida a bordo (especialmente para o motorista) muito mais prazerosa e segura. A diferença é de R$ 21.000, mas vale a pena.

Este novo BMW estreia em 700 unidades importadas, mas já a partir de abril começa a ser fabricado em Araquari, SC, exatamente como o carro feito em Regensburg, na Alemanha. Os preços também serão os mesmos: R$ 349.950 para o X1 M Sport, R$ 328.950 para o X1 X-Line e R$ 296.950 para o X1 18i (único com motor 1.5 de 155 cv).

Nas acelerações, o motor biturbo responde prontamente, embora o câmbio demore um pouco quando o carro roda em baixíssima rotação e o motorista finca o pé rapidamente no pedal do acelerador. A tração do X1 é dianteira, então ele tem uma pequena tendência a sair de frente nas curvas mais fechadas em velocidades altas. A vantagem é que basta aliviar um pouco o pé para o carro se equilibrar.

É um veículo estável, apesar de ter mais de 20 cm de vão livre do solo e de ter ficado bem comprido (+61 mm em relação ao modelo anterior). A escolha da BMW, que aumentou 27 mm o balanço dianteiro e 4 mm o balanço traseiro, deixou o carro mais estradeiro. Ele é francamente melhor em rodovias com curvas de raio longo, pois o entre-eixos também cresceu 22 mm. A suspensão tem ajuste ligeiramente esportivo (mais duro) e isso impede a carroceria de rolar.

A BMW claramente optou por transformar o novo X1 num mini X3. O carro também cresceu na largura (+24 cm) e na altura (+25 mm), mas o alvo na verdade era o Audi Q3. Em breve faremos um comparativo entre o BMW X1 e o Audi Q3, que também é produzido no Brasil. O novo X1 é fabricado na plataforma U11 e traz algumas soluções interessantes (e até curiosas).

Na traseira, por exemplo, as ponteiras de escapamento não são mais visíveis. Isso deixa o carro mais alinhado, em termos de design, com o futuro BMW X1 elétrico, que chegará ao Brasil ainda este ano, no segundo semestre. As lanternas em 3D (felizmente) foram salvas da moda de juntá-las na tampa do porta-malas.

As linhas do novo X1 são mais retilíneas do que as do modelo anterior. Os faróis de led adaptativo ficaram mais estreitos e as entradas de ar têm a função aerodinâmica, jogando o vento para as rodas dianteiras. As maçanetas agora estão embutidas. Não será surpresa se, apesar de tudo, muitos acharem o antigo X1 mais bonito e mais “raiz” em seu visual.

Quanto ao interior, o grande charme do carro é a tela curva que abriga desde o painel de instrumentos até a nova multimídia com sistema operacional 8. Por óbvio que o carro ficou mais conectado e mais "inteligente", ou seja, entrega para a BMW tudo que seu usuário faz (sem, entretanto, entregar sua identidade, por questão de legislação).

O navegador nativo, que a BMW fez questão que usássemos, tem informações do trânsito em tempo real, mas nem de longe é tão prático como o Waze ou o Google Maps (disponíveis com Android Auto e Apple CarPlay). A via recomendada tem a mesma cor das vias que não se deve usar, o que torna o mapa bastante confuso. Além disso, a indicação do mapa no quadro de instrumento é minúscula e difícil de ler.

O quadro de instrumentos é totalmente digital e segue a estética do antigo Chevrolet Agile, com o conta-giros subindo ao contrário. É muito usada também em carros chineses e seguramente este é um dos pontos que a BMW poderia rever em seus carros. O X1 é a nova “vítima” deste layout moderno, mas de gosto duvidoso e muito menos intuitivo do que o padrão anterior, que era maravilhoso.

A BMW acredita que, com o uso, os proprietários vão se acostumar com o novo quadro de instrumentos. É, pode ser. A tela multimídia (que eliminou os botões) também serve para selecionar o modo de condução. Ele é acionado no console, mas precisa ser completado com um toque na tela central. Há opções de condução esportiva, eficiente ou individual. O carro fica mais “amarrado” no modo econômico (Efficiency).

Apesar das críticas pontuais, que têm o objetivo de ajudar a BMW a melhorar o carro futuramente, o novo BMW X1 agradou neste primeiro contato. Afinal, trata-se de um carro bonito, espaçoso, dinâmico, seguro, conectado e muito bom para viajar. É verdade que o porta-malas perdeu um pouco de capacidade (-29 litros), mas o espaço para os passageiros aumentou.

O volante de direção continua sendo de altíssimo padrão, com ótima empunhadura, e a posição de dirigir é perfeita, menos com a carroceria mais elevada. O padrão de acabamento é alto e algumas texturas são incríveis. Os bancos acomodam bem e o telefone celular agora fica em posição vertical, graças ao inteligente compartimento de carregamento por indução. A ideia é manter os usuários sempre conectados dentro do carro.

Isso porque a BMW considera que o novo fascínio do automóvel está mais na experiência virtual, com conectividade total, do que nos aspectos mecânicos, que continuam em elevado padrão neste carro. O BMW X1 é o SUV premium mais vendido do mercado brasileiro há seis anos. Nada indica que ele perderá essa liderança. Desde a versão de entrada ele vem com câmera 360 graus, 6 airbags e assistente de estacionamento.