Novo Citroën C3 é um carro ousado! Veja primeira avaliação
Já dirigimos o novo hatch nacional, que anda como SUV e vai revolucionar o segmento de compactos; preços vão de R$ 68.990 a R$ 97.990
O novo Citroën C3 é ousado. Exagero? Não, ele é atrevido mesmo. Pela primeira vez um hatchback chega ao mercado com uma proposta que vai muito além dos famosos carros aventureiros que andaram por aqui. Esqueça tudo que você sabia sobre o antigo C3. O novo C3 tem uma proposta completamente nova.
A primeira quebra de paradigma do novo Citroën C3 está no preço. Ao contrário de outros anos, quando o C3 foi posicionado como um produto "chique" (sem nunca ter sido), o novo C3 é acessível. Na verdade, um dos automóveis mais acessíveis do Brasil, pois a ideia é que seja o primeiro carro de muitos brasileiros e também um carro para jovens famílias.
São dois motores e um deles vem da Fiat, uma sinergia que favorece a Citroën. O motor 1.0 Firefly tem 71/75 cv de potência e 98/105 Nm de torque (gasolina/etanol). O câmbio é manual de 5 marchas. O motor 1.6 já é usado pelo Citroën C4 Cactus. Ele tem 113/120 cv de potência e 151/154 Nm de torque. Nessa configuração, o câmbio pode ser manual de 5 marchas ou automático de 6. Veja aqui as versões e os equipamentos do novo Citroën C3.
Hatch com atitude SUV
A Citroën havia prometido um “hatch com atitude SUV”. Conseguiu cumprir. O novo Citroën C3 é muito mais encorpado do que os hatches tradicionais, como os líderes Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Volkswagen Gol. E também é muito mais alto, não apenas por ter a suspensão elevada, mas por ter uma cabine mais ampla.
Com isso, a posição de dirigir do novo C3 é 10 cm mais elevada. O ponto H (distância entre o solo e o quadril do motorista) tem 67 cm (contra 58 cm do HB20 e 55 cm do Onix). Para quem gosta de carro “altinho” para dirigir, o novo Citroën C3 é o céu. A posição de dirigir é realmente bastante elevada.
Segundo a Citroën, o carro mais alto também facilita para entrar e sair do carro, pois não é preciso fazer exercícios de agachamento no entra-e-sai. Menos mal, pois, para ter um preço acessível, o novo C3 não tem, por exemplo, alças de segurança no teto.
Outra característica da tal “atitude SUV” está no design. O novo Citroën C3 tem a frente do capô e a cintura mais elevadas do que a dos hatches tradicionais. O visual é bem agradável e charmoso. O logotipo “Chevron” da Citroën, composto por dois “v” invertidos, é prolongado até os faróis por dois filetes cromados. O novo C3 tem a missão de iniciar a arrancada da Citroën rumo ao top 10 do mercado.
A carroceria alta e encorpada, mas não muito longa, permite 23 graus de ângulo de entrada, 39 graus de ângulo de saída e 21 graus de ângulo de rampa. A altura entre os eixos é de 22,1 cm e o vão livre do solo é de 18 cm. O parabrisa um pouco mais vertical também permite bom aproveitamento de espaço na cabine.
Há bom espaço para pernas e cabeça no banco de trás, bem como um porta-malas maior do que o da concorrência: 315 litros contra no máximo 300 litros dos rivais. Se fosse cheio de água, abrigaria 367 litros.
Interior agradável, mas simples
O novo Citroën C3 resgata um dos lemas da marca, que é oferecer carros úteis e surpreendentes. A tela multimídia é enorme e tem 10”. Mas não tem tantas funcionalidades para justificar tamanho tão grande.
O volante de direção tem bom tamanho e ótima empunhadura. Mas o quadro de instrumentos é de uma pobreza que faz o motorista voltar aos anos 90, quando muitos carros não tinham sequer conta-giros. Bem, o novo C3 não tem conta-giros.
As versões manuais vêm com aviso de troca de marchas, o que é mais simples para quem não sabe usar o regime do motor para conduzir de forma mais econômica. As versões automática não têm nem isso. O carro mostra apenas o alcance disponível e é preciso dirigir prestando atenção no ruído do motor.
Isso é quase tão grave como a ausência de airbags laterais na lista de equipamentos opcionais. Airbags representam custo e a Citroën está convencida de que os brasileiros não estão dispostos a pagar por esse item a mais na segurança, mas diz que poderá adotar mais airbags “se o mercado pedir”. A estrutura do carro, todavia, parece ser bastante reforçada, o que saberemos quando sair o primeiro teste de impacto do Latin NCAP.
Dirigindo o novo Citroën C3
No rápido e curto test drive que fizemos com o novo C3 no Rio de Janeiro, não foi possível rodar nas duas configurações de motor. Acabamos dirigindo o C3 1.6 automático. O carro pareceu bem leve, com uma relação peso/potência de 9,6 kg/cv. A opção de trocas manuais torna-se inviável sem conta-giros – a menos que o motorista tenha ouvidos muito bem treinados para adivinhar a rotação do motor. Mas o desempenho da versão 1.6 agradou.
Colegas jornalistas que dirigiram o novo C3 com motor 1.0 reclamaram da baixa potência do motor, mas elogiaram o escalonamento no câmbio manual. De qualquer forma, tanto para o C3 1.0 quanto para o C3 1.6, teremos que passar alguns dias com o carro para dar um veredicto sobre sua dinâmica.
Foi possível ver que a suspensão ficou muito boa. O carro absorve irregularidades do piso como nenhum outro de seu segmento. Passa por paralelepípedos, por exemplo, como se estivesse num piso liso. Mas as curvas da estrada eram todas de baixa velocidade, o que também nos impede de avaliar até quanto esta suspensão extremamente macia implica na rolagem da suspensão.
De qualquer forma, a Stellantis garante que os clientes brasileiros não terão mais a suspensão traseira solta e arisca dos modelos Citroën. Houve uma importante mudança neste item, pois os franceses foram convencidos de que o motorista brasileiro não gosta disso; prefere carros mais firmes na traseira. O bom é que o novo C3 não copiou carros da Fiat ou da Jeep. Aparentemente, os próximos Citroën serão como o novo C3 nesse aspecto.
Preços do novo Citroën C3
C3 1.0 Live - R$ 68.990
C3 1.0 Live Pack - R$ 74.990
C3 1.0 Fell - R$ 78.990
C3 1.6 Fell - R$ 86.990
C3 1.6 Feel Pack - R$ 93.990
C3 1.0 First Edition - R$ 83.990
C3 1.6 First Edition - R$ 97.990
Ficha técnica
Versão: C3 1.6 First Edition
Potência: 120 cv a 6.000 rpm (e)
Torque: 154 Nm a 4.500 rpm (e)
Câmbio: 6 marchas AT
Tração: dianteira
Suspensão: independente (d) e eixo de torção (t)
Direção: elétrica
Freios: disco (d) e tambor (t)
Comprimento: 3,981 m
Largura: 1,733 m
Altura: 1,604 m
Entre-eixos: 2,540 m
Pneus: 195/60 R15
Peso: 1.152 kg
Carga útil: 400 kg
Porta-malas: 315 litros
Tanque: 47 litros
Consumo cidade: n/d
Consumo estrada: n/d
0 a 100 km/h: n/d
Velocidade máxima: n/d
Emissão de CO2: n/d