Picape ou cupê: entenda as duas gerações do Ford Maverick
Por que a Ford decidiu dar o nome Maverick (que era de um cupê fracassado) para sua nova e moderna picape monobloco
Muitos brasileiros amam o Ford Maverick e o carro virou sonho de consumo de colecionadores. Mas, nos anos 70, o Ford Maverick foi um fracasso de vendas e tomou uma verdadeira surra de seu principal rival, o Chevrolet Opala. E agora a Ford ressuscita o nome Maverick em sua inédita picape de carroceria monobloco. Será que a escolha do nome foi boa?
A picape Ford Maverick será lançada ainda em fevereiro no mercado brasileiro. Pelo que vimos da Maverick quando a Ford permitiu um contato com um modelo estático, a picape tem grandes chances de fazer sucesso comercial no Brasil – assim como já faz nos Estados Unidos. Vai depender, claro, do posicionamento, ou seja, versões, conteúdo e preço. Já sabemos que a principal aposta vai ser na configuração FX4, que tem pegada off-road.
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Mas, com tantos nomes disponíveis, por que a Ford foi buscar num cupê dos anos 70 o nome Maverick? Afinal, vale lembrar, a história do Maverick não foi exatamente um sucesso. O carro nasceu nos Estados Unidos, em 1969, para competir com os carros mais populares. A ideia era fazer um carro maior do que o Ford Mustang, porém com construção barata e preço acessível. Como o Chevrolet Opala fazia sucesso no Brasil desde seu lançamento, em 1968, a Ford apostou na produção local e apostou (erroneamente) no Maverick.
De cara, o carro decepcionou no desempenho, pois tinha um pesado e antiquado motor Willys de 6 cilindros e gastava incríveis 20 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h. Além disso, apesar de ser um carro grande e muito vistoso, o espaço traseiro era mínimo – muitos consideram que era um modelo 2+2. A Ford optou então por um motor 2.3, mais moderno, que agradou, e oferecia como opcional o famoso 5.0 302-V8, que era importado (e caro).
Mas, como o Maverick cupê de duas portas não batia o Opala de duas portas, a Ford decidiu fazer um Maverick de quatro portas, para competir com o Opala de quatro portas. Alongou o entre-eixos, mas o carro perdeu o charme. Para piorar, nos anos 70, por conta de uma geração que conheceu a cultura do automóvel pelo Volkswagen Sedan (Fusca), o público não gostava de quatro portas. Quase todos os carros de sucesso tinham apenas duas portas e os cupês eram os preferidos.
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O Ford Maverick, entretanto, ganhou fama e admiração porque a empresa investiu fortemente no motor V8 de 302 polegadas cúbicas. A empresa formou uma excelente equipe de competições com o preparador Luiz Antônio Greco e teve pilotos como José Carlos Pace, Paulo Gomes e Bob Sharp. Além disso, a Ford também lançou o Maverick Quadrijet, que tinha motor de 8 cilindros e carburador de corpo quádruplo. As corridas ajudaram no desenvolvimento do modelo nacional.
O Ford Maverick chegou a marcar 5,6 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h. Nada mal para um carro que tinha começado com 20 segundos, baixado para 15 e depois para 10 segundos o tempo na arrancada. A combinação de potência, velocidade e design belíssimo transformaram o Ford Maverick num ícone. E o carro é admirado e amado até hoje.
Apesar disso, o Ford Maverick não se viabilizou comercialmente e teve sua produção encerrada em 1979, enquanto o Chevrolet Opala foi fabricado até 1992. Mas a saudade do Maverick ficou. E agora o nome retorna na picape Maverick porque, nos Estados Unidos, maverick significa uma pessoa não ortodoxa e com a mente aberta para novas experiências. Juntando o significado nos Estados Unidos com a fama no Brasil, a Ford aposta que a picape Maverick será um sucesso e trará uma proposta inovadora para fazer frente à Fiat Toro e às picapes maiores.
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