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Baile Perfumado recorda Lampião movido a mangue beat
O grande vencedor
do Festival de Brasília de 1996 volta às telas. Baile
Perfumado revive a saga do libanês Benjamin Abrahão (Duda Mamberti),
mascate responsável pelas únicas imagens de Virgulino Ferreira, o Lampião,
vivo.
Lampião
ao som de Chico Science |
Amigo íntimo de Padre
Cícero, Benjamim mascateava pelo sertão e exercitou seu espírito mercantilista
convivendo intimamente com o bando de Lampião. Infiltrou-se no grupo para
colher imagens e vender os registros do famoso
criminoso pelo mundo afora.
As imagens
foram apreendidas pela ditadura do Estado Novo, e só foram
recuperadas no início dos anos 60, pelo cineasta Paulo Gil Soares e seu
produtor, Thomas Farkas.
Em 1965, realizaram
o curta-metragem Memória do Cangaço, que ao lado de A Musa do
Cangaço (1981), de Humberto Mauro, ajudou a popularizar
a figura de Benjamim entre os estudantes nordestinos.
A história é pontuada
pelas imagens originais do protagonista,
apenas onze minutos que exibem um Lampião bem diferente do herói dos pobres:
aburguesado, maravilhado com modernidades como a máquina fotográfica e
a garrafa térmica, tomando uísque
e banhando-se em perfume francês, onde o bando também se embebia em bailes no meio do sertão - origem do título do filme.
A trilha sonora é embalada
por Chico Science, Fred Zero Quatro (do Mundo Livre S/A) e Lúcio Maia
(do Nação Zumbi), compondo a síntese de tradição
nordestina e modernidade que o filme propõe.
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