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Stone se perde em "Um Domingo Qualquer"
Oliver Stone está de volta. Em Um Domingo Qualquer, o diretor (Platoon, Nascido em 4 de Julho, Wall Street e JFK) pretende discutir o mundo dos esportes e tudo o que envolve jogadores, técnicos, imprensa e donos de clubes. Quase consegue.
Para quem gosta de futebol (americano) pode ser um prato cheio, mas para os demais, as emoções das partidas que ocorrem durante todo o filme podem não ser tão fortes assim. Toda a história se passa, praticamente, em uma quadra.
Al Pacino (em mais uma inspirada interpretação) é Tony D'Amato, um treinador apaixonado pelo jogo. Há quatro anos, seu time luta com derrotas consecutivas, perda de público e heróis que sofrem com o problema da idade, como o quarterback Jack "Cap" Rooney (Dennis Quaid). Aos 39 anos, sua carreira está ameaçada por uma contusão sofrida em campo.
D'Amato vive se desentendendo com Christina Pagniacci (Cameron Diaz), que se tornou herdeira e presidente do time após a morte do pai.
Com Jack Rooney fora dos jogos, surge um novo e brilhante jogador - Willie Beaman (Jamie Foxx) que surpreende a todos com uma atuação espetacular e começa a ganhar a admiração da torcida e do clube.
Mesmo com um elenco estrelado - que inclui ainda Mathew Modine, Ann Margret e participação especial de Charlton Heston - Stone não consegue ir muito além. Quer tratar de tudo um pouco, mas acaba se perdendo.
Paralelo ao drama dos jogadores, ele tenta discutir assuntos como o papel da imprensa, o investimento dos grandes clubes, honra e lealdade, mas apenas pincela as questões.
O grande drama acaba sendo: conseguirá Rooney dar a volta por cima e salvar o time? Ou isso será um trabalho para Beaman?
Stone não dispensa as tradicionais cenas de torcida, vestiário, socos, chutes, sangue e expressões de dor dos jogadores, mas é isso que acaba prendendo a atenção do público nas quase duas horas e meia de filme. (Tatiana Rezende)
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