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Urgência bizarra percorre Os 92 Minutos do Sr. Baum
 O Sr. Baum tem apenas 92 minutos de vida |
Na primeira cena de Os 92 Minutos do Senhor Baum, um homem careca e aflito espera um veredicto. Seu médico, com um misto de prazer e cinismo, comunica com a maior frieza que o câncer descoberto não só é "agressivo" como vai acabar com sua vida em exatos 92 minutos.
O
médico acena com condolências e o aconselha a tomar duas aspirinas quando
faltarem cinco minutos, para evitar a dor de cabeça derradeira. O
homem se retira, aparvalhado, pensando no que fazer com o tempo que lhe
resta.
Com uma premissa absurda e divertida, o terceiro
filme da trilogia do cineasta israelense Assi Dayan completa sua reflexão
sobre a busca do sentido da vida, iniciados com Life According
to Agfa (1993) e The Eletric Blanket (1995).
O Senhor Baum (o próprio Dayan) é um importador de óculos de sol roxos "Made in China". Com um olho no relógio e um suor que insiste em inundar-lhe a careca, o Senhor Baum passa a imaginar a reação dos amigos e familiares com sua morte, e como eles se reuniriam em uma cômica jornada até o seu túmulo.
Sem tempo para pensar em coisa melhor, Baum liga do celular do carro para a esposa, o filho, a secretária. Marca um inusitado encontro com o sócio, o chinês existencialista que fabrica os óculos. Enquanto Baum usa preciosos minutos para explicar a Shu o comercial maravilhoso que havia bolado para os óculos cor de púrpura, o chinês toma dois copos de vodka e recorda um velho dita americano: "Life is a bitch. Then you die".
De
certa forma, a falta de sentido de uma morte tão rápida se reflete na
banalidade do filme e no fim do personagem. Para Dayan, o filme tenta
frisar que a vida deve ser vivida intensamente, e que não há diferença
se voce tiver 92 minutos ou 92 anos de vida. Que o diga o Senhor Baum...
(Cássia
Borsero)
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Título Original: Mr. Baum |
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Copyright© 1998 ZAZ.
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