|
Garotas performáticas dão charme a "Show Bar"
Há algo de Coquetel, mas também de Flashdance e até de Embalos de Sábado à Noite em Show Bar. O filme de David McNally é 100% descartável, mas... Possui certo encanto. É a história de uma garota que deixa a casa do pai para tentar a sorte na cidade grande. Seu sonho é ser compositora. Ela vai trabalhar como atendente num bar. Não um bar qualquer, mas o Coyote, no qual as garotas que servem os drinques são todas performáticas. Transformam o ato de fazer (e servir) os coquetéis num espetáculo, daí o título do filme - Show Bar.
Não deixa de ser (mais) uma variação de Cinderela. A heroína sofre de uma síndrome. Acha que é genética. Sua mãe, extremamente talentosa, teria desistido da carreira porque não conseguia pisar no palco sem tremer. Violet (é a protagonista) sofre do mesmo mal. Arranja um namoradinho. Ele lhe dá o apoio que ela precisa.
Muita gente está chamando Show Bar de "Top Gun" 2000, referindo-se ao filme com Tom Cruise que passou no Brasil como Ases Indomáveis. Era produzido por Jerry Bruckheimer, que, só para constar, também foi o produtor de Flashdance. Esse último tem mais a ver com o filme de McNally, mas o modelo mesmo é Coquetel. Lembram? Outro filme descartável, mas não desagradável (de Kevin Donaldson). Tom Cruise vinha para a cidade grande, arranjava emprego num bar, servindo coquetéis. Encontrava uma garota rica (e linda), tão linda que era interpretada por Elisabeth Shue. Cruise começava a perder-se na sociedade competitiva e desumana. Tomava lições de vida com o bartender mais velho, interpretado por Bryan Brown.
É quase a história de Show Bar, só que vertida para o feminino e com números de dança, que o aproximam de Flashdance (outra aproximação possível é com Footloose, Ritmo Louco, com Kevin Bacon). A protagonista é Piper Perabo uma gracinha. Todas as mulheres são lindas. O jovem galã, um certo Adam Garcia, é o príncipe encantado dos sonhos de qualquer Cinderela. E LeAnn Rimes, a ídola country, não só dubla Piper como aparece no fim. O filme é moderninho (ou modernoso), com a linguagem de videoclipe que o torna um produto preferencial para adolescentes. Qualquer pessoa que queira levá-lo a sério deveria ter sua cabeça examinada. É ver e esquecer, no minuto seguinte. Mas, enquanto dura, não é desagradável. (Agência Estado)
|