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"Meu Adorável Sonhador" vale pela presença de Andy Garcia
O charme latino de Andy Garcia e a beleza madura de Andie MacDowell não deixam a comédia romântica Meu Adorável Sonhador passar despercebida nas telas. Mas a dupla não consegue estabelecer uma química na pele de um casal apaixonado, o que compromete o filme do estreante Richard Wenk. Conhecida por encarnar seus personagens sem muita convicção, MacDowell aqui chega a parecer entediada.
Meu Adorável Sonhador só vale mesmo pela presença envolvente de Garcia, no papel de um tolo romântico, e por algumas seqüências divertidas. Um cachorro chega a roubar uma cena, quando despenca no filme usando um protetor de plástico ao redor do pescoço, que o impede de se coçar.
O roteiro, também assinado por Wenk, é anêmico. A história gira em torno de um casal que se ama, mas, por conta das diferenças, decidiu se separar. Na verdade quem optou pela distância foi Linda (MacDowell), uma vendedora de eletrodomésticos com ambição de se tornar chefe de cozinha. Como Gary (Garcia) ganha a vida como cambista, revendendo os ingressos mais concorridos de Nova York, Linda o considera um perdedor. O conflito consiste no fato de que ele tem uma queda pela vagabundagem, e ela exige segurança.
Ainda que Gary faça tudo para reconquistá-la, até mesmo assumir o papel de vendedor quando entra um cliente difícil na loja onde a moça trabalha, Linda o rejeita. A situação esquenta quando ela arruma um novo namorado e fica ainda pior quando Linda conta que conseguiu uma vaga na escola Cordon Bleu em Paris. Não é difícil prever o que vem a seguir. Como reza a cartilha do gênero, o homem terá de rebolar para segurar a mulher de sua vida.
Em meio à confusão, o papa resolve realizar uma missa no Yankee Stadium de Nova York, um padre pede a Gary um ingresso para ver o jogo do Knicks em pleno confessionário e o protagonista ainda tem de ajudar uma amiga drogada grávida. Enfim, o diretor/roteirista tenta incrementar o filme com subtramas, situações improváveis e piadas, mas o resultado é insatisfatório. Sem um casal que produza faísca na tela não há comédia romântica que resista.(Elaine Guerini/ Agência Estado)
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