Madonna assume maturidade em "Sobrou Pra Você"
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Esqueça a Madonna comediante de Procura-se Susan Desesperadamente, ou a sedutora de Dick Tracy, ou ainda a candidata a santa de Evita - definitivamente, a mãe de Lourdes Maria resolveu exibir seus 41 anos e não esconder as olheiras em Sobrou Pra Você (The Next Best Thing). Apesar de representar uma professora de ioga e exibir uma silhueta torneada, a atriz e cantora assumiu sua maturidade.
Madonna é Abbie, professora de Los Angeles que é abandonada pelo namorado por ser "perfeita demais". Consola-se com o melhor amigo, Robert (Rupert Everett), paisagista que lamenta a prisão do namorado por uso de drogas. 
Embebedam-se e, meses depois, Abbie descobre estar grávida.
Inicialmente surpreso, Robert logo assume a paternidade e, apesar de manter a liberdade sexual, decide morar com Abbie até o nascimento de Sam. O surgimento de Ben (Benjamin Bratt), um executivo que vai a Los Angeles realizar negócios, marca o ponto final da comédia romântica: apaixonada, Abbie decide mudar-se para Nova York, levando o filho, agora com 7 anos. Robert revolta-se e disputa na Justiça a partilha de Sam. A trama complica-se com a chegada do verdadeiro pai do menino.
Madonna sente-se à vontade em Sobrou Pra Você. Além de prestigiar a prática da ioga e revelar seu forte instinto maternal (atualmente está, aliás, no quinto mês de gravidez do segundo filho), a cantora e atriz revelou ter sido atraída pelo tema. "Gostei da possibilidade de participar de um filme que trata da união de pessoas com diferentes opções sexuais", comentou.
Amizade
A convivência entre Madonna e Rupert Everett, durante a filmagem, foi extremamente amistosa. Foi o ator, aliás quem sugeriu à cantora que regravasse a clássica música "American Pie", de Don McLean. "Há uma cena de enterro de um amigo e achei que esta canção se encaixaria bem", afirmou Everett que, ao contrário de seu personagem, não aceitaria ter um filho com a melhor amiga. "Não tenho nenhuma intenção de ser pai, muito menos dessa forma."
Sobrou Pra Você é um veículo exclusivo para Madonna e Everett e ratifica a lamentável constatação de que a carreira do diretor inglês John Schlesinger segue para a obviedade. 
Talentoso, o diretor revelou Julie Christie, Alan Bates e John Voight em fitas dignas e sérias como Domingo Maldito (1972), românticas como Longe Deste Insensato Mundo (1967), e premiadíssimas como Perdidos na Noite (1969), Oscar de melhor filme. Um currículo que encobre facilmente esta nova comédia.(Agência
Estado)
