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Benigni mostra porque
A Vida é Bela


Guido e a família:
vida feliz e tranqüila antes do holocausto

A Vida é Bela é uma comédia e por isso desperta fúria e comoção. Fúria porque para alguns judeus e os politicamente corretíssimos o massacre nazi-fascista não deveria jamais servir de argumento para uma história tão leve e bem-humorada sobre o sofrimento no holocausto. Comoção porque conta a luta heróica de um pai determinado em fazer da guerra um jogo pueril para proteger o filho da cruel realidade dos seguidores de Hitler e Mussolini.

Não que a metáfora não sirva para amplas discussões: Guido chama as ações nos campos de concentração de gincana onde os judeus que seguirem as regras - esconderem-se, manterem-se em silêncio e não pedirem por comida - ganham pontos e concorrem a um tanque de guerra. A produção comove e convence sobre como a sétima arte pode emocionar com situações insólitas aliadas a fragmentos de realidade. Uma fábula humanista sem propósitos políticos, nem objetivo de deturpar a história.

A Vida é Bela tem uma fórmula semelhante a de Central do Brasil. As atrocidades do holocausto judeu de Benigni não tem nada do chocante realismo visual de O Resgate do Soldado Ryan, ou do sufocante horror psicológico de Além da Linha Vermelha - dois principais filmes retratando a guerra, o primeiro do final do ano passado e o segundo com estréia prevista para o outono deste ano no Brasil. Assim como a produção brasileira, ela aposta em situações bem particulares para despertar a memória coletiva - pode ser o holocausto, a fome, a violência, a impotência.

E as coincidências se estendem a outras caracteríticas das produções: as duas têm entre seus principais personagens uma senhora chamada Dora e um garoto de nome Josué ou Giosuè (em italiano), a italiana já recebeu 30 prêmios em festivais e votações de público e crítica em todo o mundo e a brasileira 28. Sem falar nas atuações impecáveis dos protagonistas Roberto Benigni( também co-roteirista e diretor) e Fernanda Montenegro.

Benigni com sua ingenuidade de Chaplin italiano fazendo rir mesmo com antigas gags e Fernanda memorável reafirmando o título de dama do teatro brasileiro. O primeiro grande confronto das produções seria no Globo de Ouro, mas a italiana não pôde concorrer por ter estreado na Itália antes do prazo limite determinado nas regras da votação. Embora já tivesse levado o grande prêmio do júri do Festival de Cannes no ano passado. Agora a batalha final está datada - 21 de março, dia da cerimônia de entrega do Oscar, quando um deles deve sair com a estatueta.

Veja as premiações de A Vida é Bela


Livros recomendados
Life Is Beautiful (La Vita è Bella) : A Screenplay - de Robert Benigni e Vincenzo Cerami


Leia a opinião de Carlos Gerbase sobre o filme



 









A VIDA É BELA

Título Original: La Vitta è Bella
País de Origem: Itália
Ano: 1997
Duração: 122min
Diretor: Roberto Benigni
Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Brasci, Giorgio Cantarini, Giustino Durano, Sergio Bini Bustric, Marisa Paredes, Horst Buchholz, Lidia Alfonsi, Giuliana Lojodice.

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