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Bela Aldeia, Bela Chama funde lirismo e brutalidade O filme vencedor da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é um violento calidoscópio da barbárie. Bela Aldeia, Bela Chama, de Srdjan Dragojevic, lança um olhar lírico e brutal sobre a guerra da Iugoslávia, que dizimou milhares de civis, destruiu um das capitais mais belas da Europa e o verniz de civilização que restou a um país cindido.
A produção servo-croata conta com Dragan Bjelogrlic como o sérvio Milan e o ator e co-roteirista Nikola Pejakivic como o croata Halil. Em 1980, Halil e Milan são amigos de infância. Cresceram juntos, morando perto de um túnel inacabado, que deveria ligar Belgrado a Zagreb. Nenhum dos dois tem coragem de entrar lá dentro - um espaço povoado por ogros, fantasmas e monstros. Doze anos depois, estoura a guerra da Bósnia e os dois, agora adultos, encontram-se em lados opostos. Os soldados sérvios se embriagam e passam à destruição sistemática de aldeias inteiras, assassinando homens, velhos e crianças. Um dia, um batalhão sérvio é emboscado no túnel por seus inimigos muçulmanos. O cerco dura dias. Presos sob imensa tensão, sem água nem comida, tendo como refém uma jornalista americana, os soldados passam a encenar histórias e trocar idéias sobre assuntos inusitados: a Coca-Cola, o comunismo, os sonhos da juventude, o consumo, a guerra dos sexos. O tragicômico e o dramático oscilam em um filme selvagem e fundamental para a memória de um dos piores conflitos étnicos já registrados. (Cássia Borsero)
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Título Original: Lepa sela lepo gore |
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