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"Anna e o Rei" é grande épico que enaltece noções de feminismo
Depois de ter sido proibido na Tailândia, Anna e o Rei apresenta a nova versão para a história de Anna Leonowens (interpretada por Jodie Foster), uma inglesa viúva que chega a Bangkok, capital do Sião, em 1862, com seu filho, Louis (Tom Felton), para trabalhar como professora dos vários filhos do Rei Mongkut(ChowYun Fat).
Baseado em fatos reais, Anna e o Rei traz uma produção de grandiosos sets de filmagem, com belas locações e ricos cenários.
Numa atmosfera verdadeira e realista, a história explora as diferenças entre as duas culturas, enaltecendo o feminismo de Anna - pouco convencional para a época - frente ao grande soberano do reino asiático.
A história já teve duas adaptações para o cinema. A primeira, de 1946, foi Ana e o Rei do Sião, com Irene Dunne e Rex Harrison. A outra é a clássica O Rei e Eu (1956), de Walter Lang. Esta última é um musical com partituras de Rodgers & Hammerstein (A Noviça Rebelde), e atuações de Deboral Kerr e Yul Brynner (Oscar de melhor ator).
A versão que estréia nos cinemas tomou rumos mais sérios e históricos que as anteriores, como no caso do musical O Rei e Eu, um dos clássicos do cinema hollywoodiano dos anos 50. O conto de fadas transformou-se num drama mais realista e convencional.
Foster, que aparece com sotaque britâncio, é uma mulher forte, decidida, e teimosa. Suas qualidades e defeitos causam certo fascínio em Mongkut. Este, por sua vez, também consegue arrancar admiração de Foster por seu comportamento carismático e compreensivo.
Os dois mantêm os sentimentos contidos durante toda a trama, ressaltando o respeito e impossibilidade de envolvimento numa atmosfera tão contraditória.
O que no início apresentava certo preconceito cultural e ideológico, transforma-se, com o passar do tempo, numa relação de amizade e amor.
O governo Tailandês não permitiu que o filme fosse realizado no país. Segundo Prasit Damrongchai, Presidente da Comissão de Cinema do Governo Tailandês, havia a intenção de aceitar a produção em função do benefício financeiro que esta traria para o país, mas como a Monarquia terá papel fundamental no filme, decidiram que não valeria a pena.
A solução encontrada foi buscar uma nova locação que acabou sendo a Malásia. A criação dos cenários foi intensa e minusciosa para construir um palácio que desse a sensação de um local rico e exótico. Este foi o maior cenário já construído para um filme desde Cleópatra.
A atriz chinesa Bai Ling (Justiça Vermelha) interpreta Tuptim, uma concubina do rei que abdica de sua posição real para lutar por seu verdadeiro amor, resultando em trágicas consequências.
A força das mulheres é bem marcada e realça grandes personalidades. Uma das causas do governo tailandês não ter aceito a versão da história sobre o soberano é o fato de Anna aparecer com a mesma importância que o Rei Mongkut, enfrentando-o de igual para igual.
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