Ritmo das estações percorre A Árvore da Vida
|
|||||||||
Uma das vantagens dos filmes iranianos sobre os brasileiros, com que disputam o mercado alternativo, é que eles são quase sempre curtos. Têm, quando muito, 75, 80 minutos de duração. Quando não são bem-sucedidas, as produções iranianas passam mais rapidamente e não aborrecem tanto o espectador. Esse é o caso de A Árvore da Vida (Derakht-e Jaan). Fotografado com capricho, o filme segue o ciclo das estações do ano para contar a história de uma família. A ausência do pai, um caçador, é preenchida na vida de um recém-nascido pelos carinhos da mãe. Para ninar o filho, ela conta histórias que mais parecem lendas.
 A Árvore da Vida, de Farhad Mehranfar, conta uma história inspirada nas lendas dos nômades iranianos (foto Filmes da Mostara, divulgação/ZH) |
Dessa maneira, passam os dias e se sucedem as estações do ano em uma pequena comunidade de nômades que vive nas florestas de Talesh.
O diretor Farhad Mehranfar não tem o cacife de Abbas Kiarostami ou Mohsen Makhmalbaf, os nomes mais respeitados do cinema iraniano em escala internacional.
Nascido em 1959, ele dirigiu seu primeiro longa-metragem de ficção em 1997, Aviões de Papel. Nesse filme, ele acompanhava a viagem de um projecionista que, com seu filho, percorre comunidades isoladas nas florestas e que nunca viram um filme.
Assim como ocorre em A Árvore da Vida, o tema do filme é bonito, mas a realização passa longe do impacto das obras de Kiarostami ou Makhmalbaf, ou mesmo de Jafar Panahi e Ebrahim Farouzeh. Mehranfar se apaixona pela beleza do contraste de cores entre o inverno e a primavera e esquece do drama que se propôs narrar. Mas a seqüência de abertura, com a matança dos veados na neve, é forte. (Tuio Becker/ZH/Agência RBS).
 Procure na sua cidade |
|
