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"Ascensor para o Cadafalso" marca a grande estréia do mestre Louis Malle
Este é o primeiro filme da carreira de Louis Malle e já denota o futuro promissor do cineasta. A obra, talvez uma das primeiras representantes da nouvelle vague, traz uma enorme vivacidade do suspense e clima noir, salientadas pelo jazz eufórico de Miles Davis.
A história envolve a enigmática Florence Carala (Jeanne Moreau) e seu amante Julien Tavernier (Maurice Ronet), um ex-militar que trabalha para seu marido como espião na Indochina.
Os dois, envolvidos em um tórrido romance, planejam o assassinato de Simon Carala, marido de Moreau.
A trama do crime é perfeita, levando todos a acreditarem ser um suicídio, mas por fatos inusitados do destino, nada sai como o planejado.
Julien fica preso no elevador do edifício em que matou Simon, após buscar pistas do assassinato. O segurança desliga a energia e tranca-o durante uma noite inteira.
Enquanto Julien tenta sair do elevador, Florence percorre as ruas de Paris à sua procura, sem saber o que está acontecendo. Perdida pelos bares e vitrines, a atriz eleva sua dramaticidade e rosto trágico, sempre ao som do saxofone.
Suspense e crime dão toques especiais à este complexo jogo de acasos. Ao mesmo tempo, uma história paralela junta-se ao que se passa com o casal. Dois jovens delinqüentes, uma moça e um rapaz, roubam o carro de Julien e assassinam um casal de turista alemães na garagem de um motel.
A polícia passa a procurar Julien, que aparece como o principal suspeito do crime que não cometeu.
É num desenlance inimaginável, mas verossímil, que a trama tem seu desfecho surpreendente.
O filme concedeu a Malles o Prêmio Louis Delluc de 1957. Nesta época, o cineasta tinha apenas 25 anos.(Luciana Rocha)
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