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O amor entre duas mulheres é o tema de "Aimée e Jaguar"
Aimée e Jaguar reconstrói a densidade dramática de história de amor subversiva. Baseado em fatos reais, o filme do alemão Max Färberböck retrata o envolvimento amoroso entre duas mulheres em meio à Segunda Guerra Mundial. Como se não bastasse o escândalo da homossexualidade (levada em consideração a época), uma das amantes ainda era judia.
Maria Schrader e Juliane Köhler estão impecáveis nos papéis das protagonistas - as performances lhe valeram o Urso de Prata de melhor atriz no ano passado. Elas conseguem traduzir a exaltação e o desespero de um amor que nasce em tempo de guerra, quando a maioria das pessoas se preocupa apenas em sobreviver.
O filme, exibido na última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, traz momentos emocionantes - principalmente quando Lilly (Juliane Köhler) presencia a captura da amante Felice (Maria Schrader). Revelar que o amor impossível tem os dias contados não chega a estragar o prazer do espectador porque o roteiro é extremamente previsível. Desde o início da relação, a trama deixa claro caminhar na direção de um desfecho trágico.
Talvez seja por isso que o filme leve tanto tempo para concretizar o romance, fazendo com que a produção se arraste um pouco nos primeiros dois terços. Färberböck desenvolve a trama lentamente, gastando muitas cenas para apresentar as protagonistas: Lilly, mulher casada e mãe de quatro filhos, e Felice, lésbica judia que faz parte de organização clandestina.
Até o caminho das duas se cruzar - isto porque a empregada de Lilly é amante de Felice -, o título não chega a empolgar. Até porque Aimée e Jaguar não acrescenta nada no que diz respeito aos ânimos exaltados de populações aterrorizadas pela guerra. Mas o filme melhora consideravelmente quando as mulheres assumem o romance. Para desespero do marido de Lilly, um soldado nazista que ostenta um busto de Hitler na sala. (Agência Estado)
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