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"Banhos" surpreende e encanta
Roterdã, Sundance, Toronto - não importa o festival; onde quer que Banhos seja exibido, o público se encanta com o filme de Zhang Yang. Tamanha receptividade surpreendeu o cineasta. Ele achava que estava fazendo um filme - o terceiro de sua carreira - cujo interesse seria exclusivamente local e regional, mas ganhou o mundo. A surpresa é tanto maior porque internamente, na própria China, Yang não poupa críticas a Zhang Yimou e Chen Kaige, a quem acusa de filmar para o circuito dos festivais europeus.
Veja e descubra imediatamente o porquê do sucesso internacional de Banhos. O diretor chinês fez a versão boa do supervalorizado, muito mais do que merece, Rain Man, de Barry Levinson.
Talvez seja uma aproximação um pouco grosseira, mas dá uma idéia do que o espectador vai ver. Banhos começa numa grande cidade. Um homem entra num banheiro público e toma um banho high tech. Máquinas encarregam-se de lavá-lo e esfregá-lo, como se estivesse num car wash. Esse mesmo homem, daqui a pouco, está chegando à casa de seu velho pai, que dirige uma casa de banhos tradicional, numa cidade do interior.
Ele tem um irmão deficiente mental. Há tensões entre pai e filho, e entre os irmãos. O homem nunca contou à mulher sobre esse irmão. A casa de banhos abriga a humanidade, com todos os seus problemas. São várias tramas paralelas. O protagonista vê-se na contingência de ter de assumir a guarda do irmão. O drama familiar é sincero, delicado. E o diretor usa a casa de banhos em vias de desaparecimento para falar sobre um mundo tradicional tragado pelo progresso. (Agência Estado)
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