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Sean Connery volta aos cinemas em "Encontrando Forrester"
Qual foi a última vez em que um filme de Hollywood retratou os atos de ler e escrever de maneira tão gratificante que lhe deu vontade de ler um livro de verdade, em oposição a um best-seller qualquer de aeroporto? E quando foi a última vez em que você viu um relacionamento entre mentor e pupilo de raças diferentes apresentado como algo mutuamente recompensador, e um romance adolescente inter-racial retratado sem condescendência ou desaprovação dos pais?
Encontrando Forrester, de Gus Van Sant, consegue tudo isso e mais: proporciona uma plataforma para Sean Connery dar uma performance definitiva no papel de lenda literária carismática e reclusa.
A Columbia tem em suas mãos um sucesso certeiro, bem escrito e representado à perfeição, com trama que inspira e que deve ser bem recebida por espectadores de todas as idades e origens.
A história guarda semelhanças com o oscarizado Gênio Indomável (1997), também de Gus Van Sant. Connery faz o papel de Robin Williams nesse filme, e o adolescente negro Rob Brown o que era de Matt Damon. Embora Forrester critique as instituições de ensino conservadoras e os professores tiranos, não é contra o sistema educacional em si.
Com um toque de voyeurismo ao estilo de Janela Indiscreta, a narrativa traz Forrester como um excêntrico grisalho que passa muito tempo na janela de seu apartamento no Bronx, aparentemente observando um grupo de adolescentes negros que jogam bola numa quadra do outro lado da rua; mais tarde, ficamos sabendo que, na realidade, seu hobby é observar pássaros.
Envolto em mistério, o mundo ouviu falar nele pela última vez há 40 anos, quando ele lançou um livro brilhante pelo qual ganhou o prêmio Pulitzer.
A medida que os jovens vão tomando consciência de sua presença invisível, sua curiosidade aumenta. Quando entra no apartamento de Forrester às escondidas para descobrir alguma coisa sobre o recluso, Jamal (Brown) sem querer deixa no local uma mochila cheia de suas redações.
No dia seguinte, a mochila aparece na janela, e, para surpresa do garoto, as redações foram lidas e ganharam nota.
É o início de um relacionamento inesperado entre professor e pupilo, mas que também vai muito além disso.
Reuters
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