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Até que ponto vão os questionamentos de uma "Garota, Interrompida"?
O ano é 1967, os Estados Unidos estão prestes a enviar seus jovens à guerra e, Susanna Kaysen (Winona Ryder) perde-se dentro de tantas dúvidas suscitadas pela adolescência. Com apenas 17 anos, ela se depara com aquilo que, um dia, todos terão de enfrentar: o fim da adolescência.
Baseado no livro da própria Suzanna, em que a autora conta suas experiências em uma clínica psiquiátrica, o filme traz grande atuação de Winona, que assina também a produção. A atriz comprou os direitos de filmagem da obra em 1993, e desde então vinha trabalhando na produção do longa que traz extrema identificação com um período vivido pela atriz.
Ela foi responsável pela escolha do elenco - que traz a atriz Whoopy Goldberg num papel nada expressivo (como era de se esperar), e a nova querida de Hollywood Angelina Jolie - além da escolha do diretor James Mangold.
É no manicômio que tudo se passa. Suzanna sofre depressão e seu psiquiatra, amigo da família, sugere que ela vá para uma clínica recuperar-se. Seu diagnóstico é caracterizado como um distúrbio de personalidade, deixando-a insegura, com incertezas, e sem objetivos.
Espontaneamente, a garota vai para o Hospital Psiquiátrico Claymoore, onde conhece Lisa (Angelina Jolie), uma jovem rebelde e agressiva, Daisy (Brittany Murphy), uma menina mimada que tem um estranho relacionamento com seu pai, e Polly (Elisabeth Moss), vítima de um incêndio cujo rosto é repleto de cicatrizes.
É neste universo peculiar e cheio de problemas que Suzanna precisará pensar e resolver suas crises, levando em conta os verdadeiros parâmetros entre loucura e sanidade.
Ao contrário do início pertubador, o final revela-se careta e centrado, com poucas inovações sobre as questões levantadas. Esta espécie de "universo paralelo" é abandonada, certificando a força de uma sociedade hipócrita, que insiste em regular o "certo" e "errado", o que é "são" e "louco". (Luciana Rocha)
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