Clichês dominam "Linhas Cruzadas"
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Quem for assistir Linhas Cruzadas e sair com a impressão de já ter visto o filme antes, não deve se assustar. Ele foi escrito e produzido pelas mesmas roteiristas de Mensagem para Você e Sintonia de Amor, Delia e Nora Ephron. Outra "coincidência": Meg Ryan interpreta, novamente, uma das protagonistas.
O longa, dirigido por Diane Keaton, não traz grandes novidades. É um apanhado de tudo o que as mulheres entre 30 e 40 anos vivem na maioria dos filmes 
hollywoodianos. Estão lá as mesmas frustações, alegrias, sonhos e clichês.
Como nas tramas anteriores das irmãs Ephron, a história é açucarada. Baseado no livro "Hanging Up" (1995), da própria Delia Ephron, discute a relação entre pai e filha.
Ao se depararem com a internação do pai (o veterano Walter Matthau), três irmãs de estilos completamente diferentes têm de reservar um tempinho de suas vidas atribuladas para dar uma atenção ao parente que agoniza na cama de um hospital.
A filha do meio, Eve (Meg Ryan), é a mais apegada ao pai. Por isso, vive sofrendo porque não 
consegue a ajuda das outras duas. A mais velha, Georgia (Diane Keaton), uma famosa editora de revistas, está mais preocupada com a edição de quinto aniversário de sua publicação do que fazer uma visita ao velho. Maddy, a caçula, é uma patricinha. Atriz de novelas de gosto duvidoso, vive torcendo para alguém reconhecê-la na rua. E só.
No material de divulgação do filme, Delia Ephron explica que, sendo seu primeiro livro, quis se manter em terreno seguro, por isso usou o relacionamento com 
seu pai como ponto principal. Ela conta que, quando seu pai adoeceu, ela era a única da família em Los Angeles, e vivia ao telefone com suas irmãs, falando sobre ele. Seu pai também nunca largava o aparelho. Uma vez, ele disse que vivia metade de sua vida no mundo real e a outra metade no telefone. A partir da declaração do pai, ela teve a idéia de escrever o livro.
A direção de Diane Keaton não apresenta grandes problemas. É apenas correta. Sua estréia ocorreu com Meus Tios Heróis, no Festival de Cinema de Cannes, em 1995. (Tatiana Rezende)
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