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Lars Von Trier, conhecido
do público pelo ótimo Ondas do Destino, filme que revelou a atriz
inglesa Emily Watson, surpreendeu o público do Festival de Cannes em 1998
com Os Idiotas, realizado sob a égide do Dogma
95, uma carta de intenções criada por cineastas dinamarqueses
para reanimar a mais pura essência do cinema como
arte. Os Idiotas
foi realizado em vídeo e depois transposto para película cinematográfica.
O efeito, também utilizado por Thomas Vinterberg em Festa
de Família, tem a incumbência de tornar a imagem mais crua, mais
verdadeira. O Dogma 95 tem 10 "mandamentos" que decretam, entre outras
coisas, que o filme deve ser realizado totalmente
em locações e não em estúdio, impedindo portanto que se utilize
iluminação ou efeitos especiais. Além disso, não deve ter trilha
sonora e a câmera deve ser sempre na mão do cinegrafista, nunca em tripé
(soa algo como "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", do nosso Glauber
Rocha).
Com estes recursos
limitados o que resta ao cineasta para traduzir a seu público é que ele
mostre seu ofício da maneira mais honesta possível, com a ajuda de uma
boa história, de temática relevante e de boas atuações do elenco. Os
Idiotas, o mais radical filme de Lars Von Trier, conta a história
de uma mulher solitária e deprimida que encontra e se agrega a uma comunidade
radical e experimental de pessoas que vivem juntas e tentam desestabilizar,
de uma vez por todas, os parâmetros da sociedade. Pessoas perfeitamente
normais que se travestem de doentes mentais e, com isso, vivem a mostrar
ao público em geral quão idiota é a vida dita "normal".
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Título
Original: Idioterne
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