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"Joana D'Arc" é rico em locações, mas perde na interpretação principal
Joana D'Arc, de Luc Besson, é uma grande produção de época. Com grandes tomadas épicas e cenas ambientadas em ótimas locações, o filme traz toda a força e poder desta história passada há mais de 500 anos.
Joana (Milla Jovovich) é uma jovem de 17 anos que, acreditando em sua missão, consegue derrotar o temido e poderoso exército inglês que havia tomado a França.
Após contar com o apoio do Delfim - personagem que no futuro torna-se rei da França -, a garota
consegue uma verdadeira façanha em meio às guerras que se passam no reinado, derrotando exércitos e cativando o povo.
Milla Jovovich comanda o exército francês como Joana D'Arc |
O filme possui muitas cenas fortes e impactantes, principalmente no começo do enredo, quando Joana ainda é criança, e começa a receber mensagens do inconsciente.
Milla deixa a desejar em seu papel de heroína. Apesar de interpretar, de forma razoável, as perturbações frente às mensagens que recebe de Deus, a atriz demonstra-se perdida e sem atitude no meio das batalhas. Não é possível saber se foi Besson quem escolheu uma Joana um pouco mais desnorteada que as já interpretadas, ou se o erro foi da própria modelo e atriz.
Faye Dunaway interpreta a ambígua Yolande D'Aragon |
Com bom elenco, Joana D'Arc conta com atuações de John Malkovich, como o rei Charles VII, Faye Dunaway, como Yolande D'Aragon, e Dustin Hoffman, como a consciência da jovem heroína.
As filmagens duraram mais de um ano e surpreendem. A câmera sempre insistente de Luc Besson dinamiza a linguagem de filmes do gênero, trazendo boas tomadas. Muitas poderiam ter sido descartadas, como as várias que mostram pessoas sendo degoladas e outras com jorros de sangue.
O longa é uma face interessante da mística história sobre a heroína francesa que enfrentou a tudo e a
John Malkovich é o rei Charles VII |
todos, e acabou morta na fogueira aos 19 anos por traição do próprio reino.
Ter sido declarada bruxa, queimada, inocentada e, quase 500 anos depois, canonizada, são apenas alguns dos dados que dão um panorama, um tanto quanto antagônico, dos atos da Igreja Católica ao longo dos anos.(Luciana Rocha)
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