"Louise (Take 2)" enlouquece pela liberdade
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As ruas e metrôs de Paris são o cenário real de Louise (Take 2), longa de estréia do diretor francês Siegfried, que ficou entre os 12 finalistas ao Prêmio do Júri da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Conhecido por seu trabalho musical, o diretor aposta numa nova estrutura narrativa, desmistificando o padrão adotado pelo cinema francês. Louise... é um novo retrato da França, que não se preocupa mais em discutir, sob um teto, questões existenciais mas sim, partir para a rua em busca do retrato fiél destas questões.
A grande personagem Louise é interpretada pela maravilhosa Elodie Bouchez (A Vida Sonhada dos Anjos). Com seu olhar enigmático e lábios questionantes, Bouchez corre pelas ruas de Paris à procura de um verdadeiro significado para suas emoções.
É ao lado do garoto Gaby (Antoine Du Merle) que sua vida transforma-se ao conhecer Remi (Roschdy Zem), um descendente árabe, com atitudes de Dom Juan, que vive como um clochard.
O jazz minimalista e os acordes agressivos de violoncelo, compostos pelo próprio Siegfried, dão perspectiva lisérgica e fantasiosa às ações e visões dos personagens. Como num espelho distorcido, o espectador recebe as imagens borradas e com cores contrastadas, levando à mesma intensidade de confusão vivenciadas pelos personagens.
Um dos grandes temas discutidos em Louise é o ócio e a liberdade, tão enfocados e discutidos pelo existencialismo francês. A liberdade de ser um 
vagabundo, e de mostrar suas loucuras para uma sociedade contida e austera, levam longe a trama, que se apresenta livre até pelo modo de filmagem, com a câmera nos ombros.
Apesar dos questionamentos sobre as atitudes de liberdade, e desconcerto frente à sociedade, o amor em forma de poesia é a grande força que move a película e os passos da jovem Louise em Paris.(Luciana Rocha)
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