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Tradição irlandesa é lembrada através de drama familiar
No início de agosto celebrava-se anualmente o começo das colheitas, festas que na Irlanda se chamavam de Lughnasa - a partir de Lugh, o deus pagão da luz. Algumas das comemorações e rituais foram mantidos até o século XIX e mesmo no XX, dependendo da região do país e da crença dos descendentes. Elas eram sempre manifestações de alegria vividas, essencialmente, pelos mais jovens, e expressadas principalmente pela dança. A ação do filme Dança
das Paixões - adaptado da peça
de Brian Friel, Dancing at Lughnasa - se desenvolve durante
as semanas de Lughnasa num humilde lar católico no Condado de Donegal, formado
por cinco irmãs solteiras que se esforçam para manter a instituição
familiar.
É a história do último ano da imperiosa professora Kate (Meryl Streep), da irreverente Maggie (Kathy Burke), da serena Agnes (Brid Brennan), da excentricamente doce Rose (Sophie Thompson), e da solitária e romântica Christina (Catherine McCormack), juntas. Os acontecimentos de 1936 são narrados por Michael, o filho ilegítimo de uma das irmãs. Para ele, as situações mais marcantes daquele verão foram o aparecimento do seu pai; os efeitos provocados nas suas tias pelo "Marconi", um rádio dotado de poderes dionísios; e o regresso do seu tio missionário perturbado com os rituais pagãos que vivenciou na África, o padre Jack. E por causa das neuroses dele, Kate perde o emprego. Meryl Streep faz mais uma interpretação impecável, mas nem assim consegue fazer de Kate um personagem razoável. Apesar disso, havia sido cogitada a hipótese de Meryl concorrer ao Oscar por esta interpretação. Mas foi a mãe cancerosa de Um Amor Verdadeiro que lhe valeu a indicação para Melhor Atriz. (Juliana Pereira)
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DANÇA DAS PAIXÕES
Título Original: Dancing
at Lughnasa |
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