História de cortesã na Veneza do século XVI conduz Em Luta Pelo Amor
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A história da cortesã veneziana do século 16 Veronica Franco inspirou a estréia cinematográfica do produtor Marshall Herskowitz na direção. Em Luta Pelo Amor (A Destiny of Her Own), que originalmente se chamava Dangerous Beauty, beleza perigosa, trata do romance entre Veronica, filha e neta de cortesãs, e o filho de um figurão do governo de Veneza em 1565. A trama inspira-se no livro The Honest Courtesan", de Margaret Rosenthal, biografia sobre uma famosa poetisa e prostituta veneziana.
 Jacqueline Bisset Catherine McCormack são mãe e filha (foto Fox, divulgação/ZH) |
Orientada pela mãe, a ainda bela Jacqueline Bisset, a não menos bela Catherine McCormack é empurrada pelas diferenças sociais a se transformar numa figura que ficou conhecida como a honesta cortesã.
Bem-dotada física e intelectualmente, Veronica faz carreira e chega a resolver problemas de Estado, como a adesão da França à luta dos venezianos contra os turcos.
Mas nem a beleza nem a inteligência salvam Veronica das garras da Inquisição promovida pela Igreja Católica. Depois da peste que assola Veneza, ela é levada ao tribunal religioso e julgada como bruxa. A solução encontrada por Marshall Herskowitz para livrar Veronica da fogueira é engenhosa e promove o melhor momento do filme.
Descartada a beleza de Jacqueline e de Catherine – que segue escolhendo maus filmes para estrelar – resta bem pouco no roteiro de Em Luta Pelo Amor para encantar o público. A composição de Jacques Weber, como o Rei Henrique da França, é divertida, mas o filme propõe uma abordagem a sério da questão feminista antes da época. E isso não se equilibra bem com os toques cômicos que por vezes arrancam o filme de sua chatice.
As produções de época realizadas por Hollywood – em parceria com a Inglaterra ou com a França – têm buscado um viés feminista na sua maneira de abordar a questão da submissão da mulher às leis criadas pelos homens. Filmes como A Vingança de Bette, de Des McAnuff, com Jessica Lange, ou A Governanta, de Sandra Goldbacher, com Minnie Driver, guardam as mesmas características de Em Luta Pelo Amor. Nenhum deles, entretanto, conquistou grandes platéias como Shakespeare Apaixonado e, em parte, Elizabeth.Todos, entretanto, fazem lembrar os grandes melodramas hollywoodianos dos anos 40, que proporcionavam ao público feminino uma forma de escape para a tragédia da guerra.
(Tuio Becker/Agência RBS)
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