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Irineu Evangelista de Souza (1813-1889) é uma das personalidades mais importantes e influentes do Segundo Império no Brasil. Mais de que uma persona histórica de destaque, Mauá incorporou, como empreendedor fervoroso que era, um sonho de modernização e independência econômica para o País, como descreve a cuidadosa biografia de Jorge Caldeira, Mauá - Empresário do Império. Ela é uma das fontes de Mauá, o Imperador e o Rei, superprodução de R$ 6 milhões dirigida por Sérgio Rezende e produzida por Joaquim Vaz de Carvalho. Caldeira está processando Rezende por plágio, mas o diretor se defende, afirmando que o roteiro coincide apenas com os fatos históricos. Obecado por personalidades com destinos incomuns, como em O Homem da Capa Preta, Lamarca e Guerra de Canudos, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema nacional, Rezende realizou um filme com cuidadosa reconstituição histórica e didático o suficiente para fazer de Mauá um personagem fascinante e envolvente.
Fundindo dados históricos com uma vida afetiva imaginada, Mauá percorre de forma linear e um tanto redutora a trajetória impressionante de um garoto gaúcho pobre de Arroio Grande, que irá se tornar o homem mais rico do Brasil. Com a morte do pai, assassinado por ladrões de gado, Irineu é enviado ao Rio de Janeiro para trabalhar no armazém do português Pereira de Almeida, onde o menino descobre o tino para os negócios. Torna-se funcionário de confiança e um cobrador inclemente, até ter seu talento reconhecido pelo escocês Carruthers (Michael Byrne), que o contrata para trabalhar em sua firma de exportação e lhe dá as primeiras noções das teorias econômicas da época. Quando Carruthers decide voltar à terra natal, deixa os negócios sob o comando de seu jovem sócio, que a esta altura já se apaixonou pela própria sobrinha, May (Malu Mader), com quem irá se casar e ter vários filhos. Em uma viagem a Liverpool, Irineu se encanta com o potencia das fábricas e decide liquidar sua empresa comercial para se arriscar na construção primeira indústria brasileira, uma fundição e estaleiro em Ponta de Areia, em Niterói. Sua visão avançada do Brasil incluía o banimento da escravidão como atividade degradante e anti-econômica, representada por um relacionamento afetuoso com o ex-escravo de Pereira, Valentim (Antônio Pitanga), que se torna seu empregado.
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