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Kevin Costner tenta
outra vez com Uma Carta de Amor
Kevin Costner tenta se recuperar do fiasco de suas produções
anteriores
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A palavra mensagem
e seus derivados não têm trazido sorte para o estágio atual da carreira
do ator e diretor norte-americano Kevin Costner. O Mensageiro (The
Postman), que ele dirigiu em 1997, filme de grandes pretensões, foi um
fiasco de público e crítica. Uma
Carta de Amor (Message in a Bottle) é
um filme menor, um drama romântico sem outras pretensões que arrancar
algumas lágrimas dos olhos do público mais impressionável.
O filme teve um bom desempenho nas bilheterias americanas – afinal, Kevin
Costner ainda é Kevin Costner.
O roteiro original de Gerald Di Pego é daqueles que tem dois ou três finais
possíveis. Ou seja: quando se pensa que o filme
está terminando sempre ocorre mais uma coisinha que empurra a trama para
uma outra solução final. Isso, sabe-se, estende qualquer narrativa
além do interesse que poderia agüentar um filme com pouco mais de duas
horas de projeção.
A história se estrutura em torno do romance entre
um construtor de barcos marcado pela morte da mulher e a pesquisadora
de um grande jornal de Chicago disposta a descobrir quem é
o autor de uma carta que, certo dia, ela encontra dentro de uma garrafa
trazida pelas ondas do oceano até uma praia deserta.
A música de Gabriel Yared e a fotografia de Caleb Deschanel são dois luxos
de Uma Carta de Amor. Mas o resultado decepciona. Na linha dos
melodramas chorosos, como os recentes Lado a
Lado ou Patch Adams,
Uma Carta de Amor é mais um filme cor-de-rosa construído à sombra
da morte. A figura da mulher do construtor de
barcos, uma espécie de Rebeca, a mulher inesquecível, assombra todas as
tentativas de Kevin Costner em entregar-se definitivamente ao amor prometido
por Robin Wright Penn.
Mas a dupla romântica parece não estar muito à vontade sob a direção de
Luis Mandoki, realizador de melodramas descabelados como Loucos de
Paixão, com Susan Sarandon e James Spader, ou Quando um Homem Ama
uma Mulher, com Meg Ryan e Andy Garcia. Para quem gostou desses dois
títulos, o filme é o programa certo.
Para os fãs de Robin Wright Penn, uma atriz que merecia ser uma estrela,
mas que parece optar pelos filmes errados, Uma
Carta de Amor ainda não é aquele
título que confirmaria o lançamento para o estrelato da mulher de Sean
Penn, um projeto iniciado com Forrest Gump, o Contador de Histórias
(1994). Contracenando com Paul Newman, que faz o papel
do pai de Costner, Robin tem seus melhores momentos, e deixa o espectador
pensando que ela talvez tenha também escolhido se apaixonar pelo homem
errado ao longo dos 126 minutos que dura o filme de Mandoki.
(Tuio Becker/ZH/Agência RBS)
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