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Orfeu transpõe mito grego para o morro carioca O filme mantém vários aspectos da peça original
apresentada pela primeira vez em 1956, Orfeu da Conceição,
escrita por Vinicius de Moraes, com música de Tom Jobim e cenário
de Oscar Niemeyer. Respeita o mito grego do homem que se apaixona por
uma ninfa, não aceita sua morte e viaja ao inferno para procurá-la,
desafiando todas as forças divinas.
Nesta segunda filmagem (a primeira, Orfeu Negro, foi realizada
em 1959 pelo cineasta francês Marcel Camus com roteiro do próprio
Vinicius de Moraes e recebeu a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de filme
estrangeiro em 1959), o personagem título Orfeu (o músico
Toni Garrido) é um sambista cibernético que compõe
sambas-enredo em seu lap top e toca para fazer nascer o sol e alegrar
a pobre vizinhança no Morro da Carioca, no Rio de Janeiro.
Cobiçado por todas as mulheres da comunidade, Orfeu abandona a promiscuidade ao conhecer a simplória Eurídice na sexta-feira de carnaval. Mas o amor entre os dois não dura mais que o período de comemoração da festa popular. Na terça-feira, Eurídice é vítima dos traficantes da favela, liderados por Lucinho (Murilo Benício), amigo de infância de Orfeu - que não aceita a morte da amada e vai ao 'inferno' disposto a oferecer a própria vida para alterar a decisão dos deuses do carnaval. O elenco tem ainda Zezé Motta e Milton Gonçalves como os
pais de Orfeu, Isabel Filardis e Stepan Nercessian. O carnavalesco Joãosinho
Trinta colaborou com as cenas locadas na passarela; o sambista Nelson
Sargento, da Escola de Samba Mangueira faz ele mesmo num pagode na favela;
e Caetano Veloso é responsável pela trilha sonora e por
isso teve a honra de aparecer sentado numa laje, violão sobre o
colo, como um espectro cantando abafado pelo som da chuva.
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Título Original: Orfeu |
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