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Melodrama "Outono em Nova York" une Gere e Winona no Central Park
Outono em Nova York seduz o espectador pelas imagens. A diretora chinesa Joan Chen está sempre atenta às folhas que caem das árvores no Central Park. O cenário convidativo ainda é incrementado por visitantes igualmente atraentes. É lá que Winona Ryder, nunca vista tão radiante nas telas, caminha de mãos dadas com Richard Gere, o cinqüentão-sedutor que sempre arrasta as mulheres aos cinemas.
Dito isso, não adianta esperar mais que deleite visual. Vale lembrar que a direção de fotografia é de Changwei Gu, indicado ao Oscar da categoria pelo trabalho em Adeus, "Minha Concubina". De resto, o filme é mais uma história de amor ambientada nos pontos românticos de Manhattan.
Aqui o enredo ainda cai no melodrama, daqueles de arrancar lágrimas da platéia. Logo no início da trama, para desespero dos espectadores que torcem por um final feliz, a heroína revela estar com os dias contatos.
Charlotte Fielding (Ryder) é uma paciente terminal. Mas, mesmo apresentando tumor próximo ao coração, a doença não compromete sua aparência. Há tempos não caprichavam tanto no guarda-roupa da atriz, que muda de figurino com freqüência, desfilando com vestidos de gala, casacos elegantes e chapéus. Quanto mais doente, mais bonita ela fica.
É o estado morimbundo de Charlotte, aliás, que "justifica'' o relacionamento dela com um homem assumidamente mulherengo. Will Keane (Gere) é proprietário de restaurante que adora as mulheres, mas não consegue se envolver com nenhuma delas seriamente. Quando Charlotte se aproxima dele, ela adianta que ele poderá usar essa história, ou seja, um caso de amor com uma desenganada, em suas futuras conquistas.
A eterna garota -Apesar da diferença de idade, a dupla até funciona - apresentando mais química do que se podia imaginar. O que não cola é a insistência de Winona Ryder em fazer papel de garota de 20 anos. Sua personagem tem 22 anos, enquanto a atriz completa 30 no ano que vem.
Talvez seja por isso, para parecer mais nova, que Ryder mais uma vez carrega no comportamento pós-adolescente nas telas. Até quando ela vai se encolher, contorcer e exibir aquele sorrisinho tímido?(Agência Estado)
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