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"Em Qualquer Outro Lugar" enfoca a problemática relação entre mãe e filha



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Não por acaso o filme é lançado na véspera do Dia das Mães. Em Qualquer Outro Lugar, volta ao tema (batido) do relacionamento entre mãe e filha. Relacionamento problemático quando a mãe é uma perua assumida e a filha, uma adolescente entediada, com perdão do pleonasmo. Susan Sarandon faz Adele August, a mãe, e Natalie Portman, é Ann, a teenager. A direção é de Wayne Wang, que já assinou o ótimo Cortina de Fumaça, com Harvey Keitel.

Cortina de Fumaça era bom, entre outras coisas, porque roteirizado por Paul Auster. Falava de relacionamentos e de como o acaso interfere nas escolhas, Envie esta página para um amigoaparentemente racionais, dos seres humanos. Agora, a praia é outra. Descreve o mal-estar familiar, mas, diga-se, em termos bem convencionais. Adele é aquele tipo de pessoa bem-dotada de iniciativa. Mora numa cidadezinha do interior. Resolve deixar o marido boa-praça, mas de baixa energia, e parte em busca da realização em Los Angeles. Sonho americano. Quer progredir na vida e deseja um futuro de atriz para a filha. Esta, no caso, está pouco se lixando para os projetos da mãe. Mas as duas seguem juntas e os primeiros planos do filme já mostram a dupla, a bordo de um vistoso Mercedes dourado, cruzando o deserto em busca do portal do paraíso, ou seja Hollywood.

A vida das duas em Los Angeles não é lá muito brilhante. Adele encontra emprego, mas não chega a ganhar uma fortuna. Quer que a filha estude na universidade pública, porque é o que o orçamento permite. Mas Ann tem outros planos. Deseja estudar em outro Estado, em parte porque o ensino é melhor, em parte porque isso permitirá que fique longe da mãe, uma aspiração teenager em geral mal compreendida e pouco aceita. Enfim, os conflitos e as briguinhas de sempre, que acontecem por uma questão de psicologia (a vontade de autonomia frente ao adulto) e por abismo de gerações, como se costuma dizer. Tudo é pura convenção. Até certo ponto funciona, porque, primeiro, Wang é bom cineasta. Sabe colocar a câmera no lugar certo, dá fluxo à narrativa, ocupa bem os espaços na tela. Administra seu ofício, mesmo quando se trata de um projeto puramente comercial. Além disso, há Susan Sarandon, que não é uma atriz qualquer. Sabe emprestar verdade a uma personagem que é, ela também, verossímil.

Daí que o filme, que não tem nada demais, possa aspirar a uma carreira muito boa no cinema. As pessoas (sobretudo mulheres) tendem a se identificar com a personagem de Susan. Ela encarna o protótipo, devidamente modernizado, do sacrifício materno em benefício da prole. Essa aggiornamento de fim de século contribui para a legibilidade do filme. Adele é também uma mulher ambiciosa, à sua maneira. Sai do ramerrão da cidadezinha porque quer abrir os horizontes e não apenas para a filha. Por isso briga, bate a cabeça, luta pela felicidade própria. Mas quando tiver de fazer uma opção, para valer, coloca Ann à frente dos seus interesses. Limita o próprio egoísmo, uma reação instintual, materna, mas que não deixa de significar nota dissonante no ethos contemporâneo e na sociedade onde se passa a história. Claro, seria possível esperar que esse projeto de modernização impregnasse mais a trama. Mas seria demais para um projeto destinado à aceitação rápida do público e portanto calibrado no que essa expectativa tem de mais convencional. (Agência Estado)




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Título Original: Anywhere But Here
País de Origem:
EUA
Ano: 1999
Duração: 114 minutos
Diretor: Wayne Wang
Elenco: Susan Sarandon, Natalie Portman, Bonnie Bedelia, Shawn Hatosy, Hart Bochner










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