Scorcese afronta uma cidade em chamas em "Vivendo no Limite"
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Dor, loucura e humanidade fazem de Vivendo no Limite um dossiê sobre os verdadeiros sobreviventes das grandes metrópoles caóticas e desestruturadas.
Grandes prédios antigos ocupados por famílias pobres, indigentes e drogados, e hospitais superlotados são os cenários usados por Scorsese na história baseada no livro do jovem Joe Connelly.
Nesta produção, o limite entre a vida é a morte é transposto pela vida de quem possui uma rotina mortal dentro da violenta e feroz Nova 
York. Na verdade, a cidade não é cenário, mas um dos personagens desta nova parceria do diretor com Paul 
Schrader, que também trabalhou como roteirista em outras quatro produções, incluindo Taxi Driver(1975).
Frank (Nicholas Cage) é um paramédico que ronda as ruas da cidade em busca de pessoas que necessitam de ajuda médica. Como uma espécie de Deus, ele praticamente revive aqueles que estão chegando ao fim. Depois de um acidente com uma garota chamada Rose, Frank passa a achar que não consegue mais ajudar pessoas, pegando apenas casos em que não há mais solução.
Sua vida passa a ser cada vez mais dolorosa e solitária. Suas neuroses e fracassos tomam conta de sua mente, levando-o para cada vez mais perto do álcool.
A grande Nova York não perdoa. Mais uma vez, o submundo e os aspectos obscuros tomam o foco de Scorsese. Nesta produção, a grande maçã não é mais vista do ponto de vista de um motorista de táxi amarelo, mas de um paramédico dentro de uma ambulância.
Humanidade é o que se sente, quando se vê tanta desumanidade. Frank é um personagem que busca conforto e carinho por ter uma profissão desgastante que o deixa vulnerável frente à realidade desconfortante e cruel da cidade.
Por mais que sua ajuda surja como uma luz a quem o espera, uma vez salvo, o paciente assistido continua na batalha incessante da vida. Como um grande desafio ele tem que enfrentar um mundo difícil, violento, que 
parece não ter solução.
Eutanásia, drogas,
crime e miséria são as forças que movimentam a história. De forma desconcertante, os assuntos impregnam as idéias do espectador, deixando-o completamente extasiado com a realidade que, no caso, é a nova-iorquina, mas poderia muito bem ser aquela do centrão de São Paulo.(Luciana Rocha)
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