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Festival traz obras de Jean Rouch e destaca documentários franceses



Este ano, além da mostra retrospectiva dos trabalhos do grande mestre holandês Joris Ivens, o festival de documentários traz uma programação especial de filmes franceses e de trabalhos do cineasta Jean Rouch.

Organizada pelo Consulado Geral da França, e pelo Espaço Unibanco de Cinema, a programação que acontece entre 13 e 20 de abril, dentro do 5º Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade" traz grandes obras do cinema francês sob curadoria de Yves Billon (cineasta e produtor - Produtora Les Films du Village).

Confira Programação

Abertura: 5ª feira, dia 13 (para convidados)
Local: Espaço Unibanco de Cinema - sala 1
Rua Augusta, 1475
Horário: 21h30


Crônica de um verão

Realização: Jean Rouch e Edgar Morin
Duração:90'
Formato: 16 mm
Resumo: Pesquisa sociológica em Paris no verão de 1960.

Pesquisa sociológica em Paris no verão de 1960, cujo tema central é "você é feliz ?", com depoimentos do povo nas ruas da cidade. As entrevistas nos mostram a realidade do cotidiano de pessoas escolhidas aleatoriamente, que falam sobre sua vida, seus problemas de moradia, do trabalho, do racismo, da juventude, de sua vida afetiva, da qualidade de vida, de suas esperanças, de lembranças e de generalidades.
Local : Espaço Unibanco - sala 4
Rua Augusta, 1470


6ª feira, dia 14

18h00

Cocoricó! Senhor Frango
Realizador: Jean Rouch - 1974
Duração: 90'
Formato: 16 mm

Ficção sobre as aventuras de 3 personagens na Selva da Nigéria. Lam decide ir para a selva numa velha camioneta para vender frango, com a ajuda de um assistente. O encontro com uma terceira pessoa, que integra-se tanto quanto possível ao grupo, perturba um pouco a precária organização da viagem. O carro é um dos protagonistas deste roteiro que tem início em Niamey e os leva à selva. A viagem está pontuada de acontecimentos insólitos, como o encontro com a mulher diabólica ou a travessia do rio Niger, que se tornam pretextos para muitas elucubrações e discussões.


20h00

A Cidade Louvre
Realizador: Nicolas Philibert - 1990
Duração: 81'
Formato: 35 mm
Prêmios Europa e do Cinéma du Réel (1990)

Uma Co-Produção: La Sept ARTE/ Antenne 2/ Le musée du Louvre/ Les Films d' Ici
Com a participação do C.N.C. e do Ministère des Affaires Etrangères
O segredo dos obras-primas: uma investigação sobre um trapaceiro famoso e uma intrusão nos bastidores do maior museu do mundo.
Com o que se parece o Louvre quando o público não está presente? Durante a reforma do Grande Louvre, o museu revelou seus bastidores a uma equipe de cinema: quadros são pendurados, salas são reorganizadas, os guardas provam seus novos uniformes. Pouco a pouco, personagens se multiplicam, se cruzam para tecer o fio de uma narração.
A vida secreta e engraçada de um dos maiores museus do mundo.

Sábado, dia 15

18h00

Pouco a Pouco
Realização: Jean Rouch - 1968-1969
Duração: 90'
Formato: 16 mm

Damouré, que dirige em Ayorou, com Lam e Illo, uma empresa de importação-exportação chamada "Pouco a Pouco", decide construir um prédio novo e parte para Paris para ver «como se pode viver em casas de andares». Na cidade, ele descobre as curiosas maneiras de viver e de pensar da tribo dos parisienses, que ele descreve nas «Cartas Persanas» enviadas regularmente aos seus companheiros, até o momento em que eles, julgando-o louco, mandam Lam ao seu encontro.


20h00

Carvões Ardentes
Realização: Jean-Michel Carré - Ano: 1999
Produção: Les Films Grain De Sable/ La Sept ARTE
Duração: 92'
Formato: 35 mm

Em abril 1994, derrotados pela luta contra o governo Thatcher, os trabalhadores da mina de carvão Tower Colliery, resolvem comprar "sua mina" com seus saldos de rescisão.
Hoje esses trabalhadores são acionistas, patrões e empregados de sua empresa, organizada em cooperativa.Desde então, a mina nunca foi tão rentável.
Para alguns, construir um sucesso parece opor-se à idéia de socialismo.
Quatro anos depois, este filme relata esta epopéia feita de contradições, através desta aventura exemplar, comandada por homens comuns.


Domingo, dia 16


18h00

Eu, um Negro
Realização: Jean Rouch - 1958
Duração: 73'
Formato: 35 mm

Dois jovens nigerianos deixam o interior para procurar trabalho na Costa do Marfim. Eles chegam em Treichville, bairro popular de Abidjan, perdidos na civilização moderna. O herói que se auto-nomeia Edouard G. Robinson, em homenagem ao ator americano, conta sua estória. Seus amigos, da mesma maneira, atribuíram-se pseudônimos para forjar-se uma personalidade ideal.


20h00

A Guerra de Pacificação na Amazônia
Realização: Yves Billon
Produção: Les Films du Village
Duração: 90'
Formato: 16 mm

Uma crônica sobre a assimilição etnológica dos índios brasileiros, e as consequências da abertura das estradas transamazônicas.
Esse documento é o último capítulo da história das tribos de índios do Brasil presos na armadilha da civilização moderna.
Os índios PARAKANAS vivem o primeiro contato, que dá início ao processo de sua pacificação. Acompanhamos suas etapas, da floresta às reservas indígenas, até a assimilação por nossa civilização moderna. Uma descoberta do destino de uma civilização índia da Amazônia brasileira.

2ª feira, dia 17

18h00

Num Aperto de Mãos Amigas
Realizador: Jean Rouch - Ano : 1997
Duração: 35'
Formato: 16 mm

Indicado no Festival Locarno 1997- Festival de Roma 1997
"Degustando um velho vinho do Porto, eu conversava com Manoel sobre as pontes do Douro, e imediatamente, tivemos a mesma opinião : de todas essas pontes, a grande obra de arte, nesta capital da arquitetura moderna, era a ponte que Gustavo Eiffel havia feito ali, antes de construir sua torre em Paris. Em menos de cinco minutos, o projeto foi elaborado : Manoel escreveria um poema que nós filmaríamos com nossos amigos Bernard, Jérôme e François. E como em todos os sonhos de crianças, nós o realizamos em menos de uma semana, percorrendo as beiras do Douro a pé, de carro, de helicóptero, voltando para trás em nossa trilha, à procura de nuvens maravilhosas, Manoel e eu declamando aos gritos um poema inspirado pelo vento, pelo rio e pela amizade». (Jean Rouch)


19h00

Um Outro Futuro 1, 2, 3
Realização: Richard Prost
Produção: Les Films du Village
Duração : 2h31 (3 x 52')
Formato : 16 mm

50 anos depois, esta é a história dos anarquistas sindicalistas espanhóis que comandaram uma revolução no centro da guerra civil.
Enquanto todas as experiências revolucionárias contemporâneas pareciam marcadas pelo totalitarismo e pelo alistamento, descobre-se, através de um plano ou de um testemunho, a aliança da revolução e da liberdade, a esperança no quotidiano, a certeza, ao menos momentânea, de ter mudado a vida...
Este filme nasceu da vontade dos velhos libertadores espanhóis, de reconstituir a memória coletiva de sua geração, e deixar-nos o seu testemunho.
Dispersados pelo exílio, enfraquecidos pela idade, eles conservaram uma surpreendente juventude quando tratou-se de lançar-se juntos, mais uma vez, numa aventura.
Em Barcelona em 1936, eles filmaram a revolução que estavam fazendo.
Hoje, eles nos entregam essas imagens líricas arrancadas do tempo e das perseguições, para que seus testemunhos e suas vidas não se percam no esquecimento.

3ª feira, dia 18 de abril

18h00

Os Loucos Senhores
Realização: Jean Rouch - 1955
Duração: 36'
Formato: 35 mm

Culto dos Hauka (Songhay) na região de Akkra. O título do filme traduz «Haouka» (senhor do vento, senhor da loucura), mas evoca ao mesmo tempo a situação colonial onde os "senhores" (os europeus) eram vistos como loucos. Surgindo por volta de 1927 nas danças de possessão Songhai, estes gênios muito peculiares eram inspirados diretamente pelo exército e pelas administrações francesas e britânicas. Hoje os trabalhadores emigrados lidam com sua adaptação ao mundo moderno através de crises de possessão, violentas mas controladas, do culto dos Haouka.


Maré Negra e Ira Vermelha
Realização: René Vautier - 1978
Duração: 73'
Formato: 16 mm

Prêmio de melhor documentário mundial no Festival de Rotterdam em 1978.
Março 1978 : o super Tanker Amoco Cadiz é jogado pela tempestade contra os rochedos de Men Goulven, no Finistério Norte. A população da Bretanha mobiliza-se para lutar contra as 120 000 toneladas de petróleo que poluem o litoral, a maior poluição marinha vista até hoje.
As câmeras de televisão do mundo inteiro estão voltadas para a solidariedade internacional que apoia a luta dos Bretões e dos voluntários contra a "peste morena". Mas as principais vítimas, mais próximas da costa poluída, tentarão montar com uma equipe de cineastas da Bretanha a realidade nua e crua.
Desta procura comum de imagens e de testemunhos nascerá o documentário "Maré Negra e Ira Vermelha", que contribui para ampliar a mobilização das comunas bretãs para que sejam identificados os verdadeiros responsáveis pela catástrofe e que seja definida e judicialmente reconhecida a noção : "os poluidores devem pagar".
No festival de Rotterdam 1979, "Maré Negra e ira Vermelha" será nomeado, tanto pela crítica internacional como pelo público "melhor filme documentário mundial do ano de 1978".


20h00

Inferno de Mulheres
Realização: Jean-Michel Carré - 1993
Produção: Les Films Grain de Sable
Duração: 90'
Formato: 35 mm

Premiado nos festivais de Montreal, Portugal e Edinburgo
Fleury Merogis é a maior prisão de mulheres da Europa. Este longa-metragem documentário desenha o retrato de sete mulheres durante sua detenção e depois nas suas tentativas de reintegração. Além de sua busca de vida e de liberdade, a solidão, a angústia, as dificuldades...
Identidade e palavras: uma profunda reflexão sobre o problema do encarceramento e da reintegração

4ª feira, dia 19


18h00

Liberdade, igualdade, fraternidade e depois...
Realização: Jean Rouch - 1990
Duração: 60'
Formato : 16 mm

Napoleão Bonaparte, um ano após sua nomeação como General, dá ordem de prisão para o haitiano Toussaint Louverture, também nomeado General de Brigada pela França. Encarcerado no forte de Joux, ele vem a falecer em 1803 sem ter sido julgado. Para comemorar a revolução, os haitianos tentarão reconciliar a vítima e o carrasco através de um grande ritual vudú frente aos Invalides.

20h00

Amanhã e ainda amanhã
Realização: Dominique Cabrera - 1997
Duração: 79'
Formato: 35 mm

Entre o "eu" e o "nós", entre o amor e a psicanálise, entre sua mãe e seu filho, uma mulher de hoje.
Com uma filmadora, durante quase um ano, ela filma o nascimento do amor, as eleições e a depressão, o sol pela janela, as férias e as pessoas no metrô...
É procurando o sentido da vida, que ela retormará gosto por ela, como se estivesse reconstituindo um quebra-cabeça, fazendo cinema, até a aparição do que se deve chamar felicidade.


5ª feira, dia 20

18h00

A Pirâmide Humana
Realização: Jean Rouch - 1959
Duração: 90'
Formato: 35 mm

A chegada de uma nova aluna, Nadine, é o ponto de partida de uma análise das relações inter-raciais no Liceu de Abidjan. Reunidos pelo diretor do filme, os alunos interpretam seus próprios personagens numa "ficção" que se desenrola através das novas relações entre brancos e negros, encenando as relações de amizade, as relações sentimentais.


20h00

Nascimento de um hospital
Realização0: Jean-Louis Comolli e Pierre Riboulet - 1991
Duração: 67'
Formato: 16 mm

Adaptação cinematográfica do jornal que o arquiteto Pierre Riboulet atualizou diariamente, de maio a outubro 1980, enquanto participava da concorrência para a construção do hospital pediátrico Robert Debré em Paris - um hospital que marca uma verdadeira reviravolta na história da arquitetura hospitalar.
Pela primeira vez, um arquiteto comunica desta maneira o andamento de seu trabalho, descrevendo detalhadamente, a partir de um projeto preciso, seu processo de criação.
Premiado em vários festivais (Bienal de Marselha, Festival Internacional do Filme sobre a Arte de Montreal, Festival Inernacional do filme de Arquitetura de Bordeaux, Conseil de l'Europe - 1992).



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