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Cinema asiático tem presença forte em Festival de Cannes

A escassez de novidades dos grandes estúdios americanos, o grande número de filmes asiáticos e uma abundância de filmes muito longos são os fatores que mais chamam a atenção no 53º Festival de Cinema de Cannes, que terá lugar na Riviera francesa entre 10 e 21 de maio.

Gilles Jacob, que há anos exerce o papel de programador do festival, disse que a escassez de filmes americanos este ano se deve, em parte, ao fato de os estúdios "não quererem lançar os filmes com o padrão de qualidade desejado". Também citou o aumento nos acordos de direitos divididos em Hollywood, que frequentemente suscitam divergências com parceiros estrangeiros sobre a importância ou não de enviar um filme a Cannes.

Apesar disso, este ano o festival está fazendo um gesto importante em direção aos espectadores não-francófonos ao introduzir a legendagem em inglês nos dois principais cinemas de Cannes, o Lumière e o Debussy, e também na nova sala Luis Buñuel, de 300 lugares, que será usada para a exibição de retrospectivas e homenagens especiais.

Agora, pelo menos, os espectadores de língua inglesa não precisarão colocar fones de ouvido para acompanhar a tradução simultânea dos diálogos. Em entrevista à imprensa concedida no Grand Hotel, Jacob considerou que 2000 está sendo o segundo ano "satisfatório" consecutivo, rompendo o padrão freq ente de anos bons e ruins alternados.

"Isso é algo que não acontece há muito tempo", comentou. O veterano programador revelou que o processo de seleção está mais difícil. "Embora o prazo final oficial para a inscrição de filmes seja 15 de março, não podemos nos recusar a assistir a bons filmes depois disso, e esse processo está se prolongando cada vez mais", contou.

Foram vistos um total de 1.397 títulos, dos quais 681 foram filmes de longa metragem - um aumento de 23 por cento em relação ao ano passado. Concorrem em Cannes este ano 23 títulos (dois a mais do que no ano passado).

Os diretores variam desde figuras já reconhecidas em Cannes como Ken Loach (com o drama sindicalista de Los Angeles Bread & Roses) e James Ivory (The Golden Bowl, do livro de Henry James, estrelando Nick Nolte, Uma Thurman e Anjelica Huston), até Joel Coen (o musical O Brother, Where Art Thou?, com George Clooney e John Turturro), o diretor sueco Roy Andersson (com Songs From the Second Floor, seu primeiro filme em 25 anos) e o brasileiro Ruy Guerra, com Estorvo.(AFP)


 

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