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Seleção de 2000 prioriza qualidade
Em menos de 24 horas as hostilidades cinematográficas estrearão na Croisette, a principal avenida de Cannes. Ali os 23 filmes começarão a disputa pela cobiçada Palma de Ouro.
Dizer que todos os filmes em competição têm chance de ganhar seria exagero, embora este ano o presidente Gilles Jacob tenha sublinhado a qualidade da seleção. "É a primeira vez em muito tempo que a qualidade média geral se mantém", declarou ele em abril, ao apresentar os selecionados.
Não há presença africana na competição e, mais surpreendente, é total a ausência de filmes italianos.
É bem verdade que o cinema do continente africano está praticamente moribundo e a indústria cinematográfica italiana vem passando por uma fase de vacas magras - este ano marca presença apenas na mostra "Um Certo Olhar" (de jovens cineastas), com o filme de Mimmo Calopresti Prefiro o Barulho do Mar.
O desaparecimento de uns permite a emergência ou a afirmação de outros. Pela Europa, os nórdicos surgem com força: dois suecos e um dinamarquês estão em competição. É claro que o dinamarquês é ninguém mais que Lars Von Trier, um habitué. Seu discípulo, Kristian Levring, foi escolhido este ano para a mostra "Um Certo Olhar". Os suecos estão representados por Liv Ullman, ex-estrela de Ingmar Bergman, e Roy Andersson, um cineasta que deixou passar um quarto de século entre dois filmes.
A Ásia confirma sua presença com seis filmes em competição: dois japoneses, dois chineses, um taiwanês e, pela primeira vez, um coreano. O festival consagra este ano a Nagisha Oshima (de O Império dos Sentidos) e seu reencontro com Cannes e com o cinema.
O luso-brasileiro Ruy Guerra participa pela terceira vez.
Entre as revelações as atenções estão voltadas para o chinês Jiang Wen e o japonês Aoyama Shinji, ainda que Shinji esteja em seu sétimo filme.
A diversidade de países será acompanhada pela variedade de premiações. A partir deste ano, um filme não poderá receber mais de um prêmio para técnico e mais de um de atuação. A medida pretende dar fim à polêmica que surgiu com a premiação do ano passado.
O júri será presidido pelo cineasta francês Luc Besson.
(Reuters)
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