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Disputa se equilibra
entre Almodóvar e Tim Robbins
Cannes deve
se encerrar neste domingo, 23 de maio, sem nenhuma grande unanimidade
quando à Palma de Ouro. O festival ressente-se de um certo mundanismo,
com todas as câmeras mais voltadas para celebridades como a top
model Cláudia Schiffer e a bela Catherine-Zeta Jones, que veio
com Sean Connery promover A Armadilha, do que para a qualidade
da maioria das produções.
Os filmes mais cotados para a Palma de Ouro são Todo sobre Mi
Madre, de Almodóvar, e Craddle Will Rock, de Tim Robbins,
os mais aplaudidos até agora. Os Contos de Kish, de Mohsen
Makhmalbaf, e O Verão de Kikujiro, de Takeshi Kitano (que
fechou contrato de distribuição com a Columbia Pictures)
também tiveram boa recepção. Diretores famosos tiveram
suas obras vaiadas ou recebidas com frieza, como o cadanense Atom Egoyan,
por Felicias'Journey, Bruno Dumont, por L'Humanité,
e o cultuado Jim Jarmusch, com Ghost Dog.
No melodrama Todo Sobre Mi Madre, Almodóvar defende um cinema
de sentimentos, como declarou em coletiva no festival, com a história
de uma mãe enlutada (Cecilia Roth) que parte em busca do pai que
o filho morto não conheceu, um travesti chamado Lola (Antonia San
Juan). O filme tem grandes interpretações das atrizes Cecilia
Roth, Marisa Parede, Penélope Cruz, Candela Peña e Rosa Maria Sarda, arrancou
aplausos calorosos e coro de "já ganhou".
Craddle Will Rock, de Tim Robins, reconstitui a cena artística
de Nova York mesclando personagens reais e fictícios na época
da Grande Depressão, como o pintor Diego Rivera (Ruben Blades)
e o milionário Nelson Rockfeller (John Cusack). O filme focaliza
os bastidores de um musicial escrito por um autor socialista, e produzido
pela companhia de Orson Welles (Angus MacFadyen), além de acompanhar
as manifestações sociais da época e a perseguição
aos artistas supostamente relacionados a atividades comunistas.
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