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Festival
de Gramado 98
Interminável recital de oboé
O 26º Festival de Gramado mal começou e já tem um favorito para o Kikito de filme mais tedioso. O Toque do Oboé, exibido na noite de sábado (8), conta ao longo de quase duas horas a história de um instrumentista que decide morrer numa cidadezinha paraguaia e, graças a sua arte, altera radicalmente o cotidiano medíocre da população local. O aposentado entrevado volta a andar, a telefonista fala com Deus, as autoridades são desafiadas e os jovens casais se reconciliam. Tudo para celebrar o poder rendentor da obra de arte. No caso de algum espectador não ter entendido (ou para acordar o que sucumbiu à lentidão do filme), um dos personagens se enfurece pelas tantas e anuncia aos gritos a mensagem do longa: a música e o cinema apenas despertam o que está adormecido dentro de nós. Co-produção brasileiro-paraguaia,
O Toque do Oboé oferece ainda personagens caricatos e desempenhos
insossos (exceção feita ao argentino Mario Lozano). O roteiro faz um arremedo
de realismo fantástico e um arremedo de Cinema Paradiso. A morte
do protagonista, interpretado por Paulo Betti, é longamente anunciada
e, à medida que o longa avança, passa a ser desejada (na esperança de
que o filme acabe logo). (Eduardo
Veras - Agência RBS)
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