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"Através da Janela" abre a 4ª edição do Festival de Cinema de Curitiba
Com a exibição de Através da Janela, novo longa-metragem de Tata Amaral, começa nesta quarta, dia 3, o 4.º Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba. Além do filme de Tata, uma inspirada versão moderna da tragédia, serão exibidos outros longas inéditos no Paraná, como Milagre em Juazeiro, de Wolney Oliveira, Por trás do Pano, de Aluísio Abranches, Jericó, do venezuelano Luis Alberto Llamata, e O Desquite, do chileno Andrés Wood.
São atrações importantes, mas o fato é que a mostra curitibana coloca sua ênfase no formato curta-metragem, tanto no suporte película quanto em vídeo. Entre eles, as mostras competitivas selecionaram 26 filmes e 29 vídeos, de um total de mais de 300 candidatos.
Há títulos conhecidos disputando os prêmios, como são os casos de Bubula, o Cara-Vermelha, de Luiz Eduardo Jorge, O Oitavo Selo, de Tomás Créus, Rádio Gogó, de José Araripe Jr., Cão Guia, de Gustavo Acioli, e Copacabana, de Flávio Frederico, entre os filmes.
No suporte vídeo concorrem títulos como Retrato Primeiro, de Waldir de Pina, Preto no Branco, de Joel de Almeida, O Ciclo do Caranguejo, de Adolfo Lachtermacher, Chico Buarque em Ouro Preto, de André Castanheira Maia, e Nelson, 40 Graus, de Carlos Sanches.
Como qualquer festival brasileiro da atualidade, também o de Curitiba manifesta seu desejo de gigantismo.
Assim, além das pré-estréias de longas-metragens e da competição de filmes e vídeos, haverá uma mostra paralela, com apresentação de inúmeros títulos fora de concurso. Nesse segmento serão exibidas produções nacionais e latinas. A documentarista pernambucana Kátia Mesel ganha retrospectiva especial de seus trabalhos, cinco deles na verdade, entre os quais o premiado Recife de dentro pra fora, baseado no poema "Cão sem Plumas", de João Cabral de Melo Neto.
Curitiba promove também um "festival dos festivais", com a exibição de filmes já premiados em outros eventos do gênero. Acaba funcionando muito bem. Em geral são títulos de boa qualidade, por já terem passado pelo crivo de um júri, e ainda desconhecidos do público local.
São os casos do cearense Uma Nação de Gente, de Tibico Brasil e Margarita Hernández, do brasiliense Por Longos Dias, de Mauro Giuntini, Passadouro, do paraibano Torquato Joel, ou 3 Minutos, da gaúcha Ana Luiza Azevedo, que foi selecionado pelo Festival de Cannes, depois de se ver recusado em Brasília e no Recife.
Nessa sua quarta versão, Curitiba promove também uma série de oficinas, com cursos de animação, interpretação para atores, operação de câmera, fotografia, assistência de direção e continuidade, captação de som, montagem, trilha sonora e roteiro - este coordenado por Antonio Carlos Fontoura.
Fórum -
A parte reflexiva do festival merece destaque à parte. Sob o título meio insosso de Fórum dos Fornecedores da Indústria Cinematográfica, o encontro vai discutir um tema muito importante para o cinema brasileiro atual: o problema dos altos custos dos filmes nacionais. O fórum será coordenado por Edna Fuji, da Quanta, que tem sido parceira dos cineastas patrícios em dezenas de projetos.
Tenta-se encontrar fórmulas para tornar viáveis os filmes nacionais num mercado que não se tem mostrado receptivo a produções locais.
Como a Lei do Audivisual parece estar fazendo água, é tempo de procurar alternativas realistas. Discussões como essas podem contribuir senão para trazer soluções fáceis, pelo menos para tornar mais claros os problemas. (Agência Estado)
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