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Festival de Gramado 98

O milagre de Domingos de Oliveira

O diretor do longa que causou um pequeno milagre no Festival de Gramado enxergou uma porção de defeitos no filme, não pretende vê-lo nunca mais e acha que o resultado final é apenas razoável.


Domingos de Oliveira e sua filha Maria Mariana
A opinião de Domingos Oliveira, ator, diretor e co-roteirista de Amores, não fecha com a da maioria do público do festival e se explica mais pelo humor desconcertante do artista do que pela sua autocrítica.

"Não sou ator, nem diretor. Basicamente, sou um escritor, e um escritor escreve sobre a sua vida, mesmo porque não entende de mais nada. A vida é um terror. A condição humana é um terror. Mas é uma glória também. Não ignorando o terror, achei que era melhor falar da glória", resume Domingos Oliveira.

Desde a exibição de Amores, na noite de quarta-feira, ele vem ouvindo elogios e agradecimentos de pessoas que se sentiram comovidas com o filme. No debate oficial, na manhã de ontem, no Hotel Serrano, uma espectadora disse que o longa havia causado “um pequeno milagre” no festival: "As pessoas saíram com o filme na epiderme".

O diretor de Todas as Mulheres do Mundo, afastado do cinema há mais de 20 anos, rodou Amores em apenas três semanas. Contava com apenas R$ 120 mil (depois, conseguiu mais R$ 480 mil). Usou como cenário apenas a própria casa e a casa da diretora de arte. (Agência RBS)

  

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