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Festival
de Gramado 98
Festival está mais comportado
O assédio foi grande e aconteceu na última terça-feira, numa manhã atipicamente quente para o inverno de Gramado. Alvoroçados, os fotógrafos convergiam com suas lentes para a cubana Thais Valdez, atriz de Tropicanita. Em meio ao burburinho, Thais mexia nos cabelos loiros, pensava nas propostas, mostrava-se ambígua. Prometeu pensar. Thais Valdes protagonizaria um topless que ocuparia as capas de todos os jornais. Em vão. Thais apareceu e desculpou-se: "Perdón, estoy con colicas". Gramado já viveu dias bem diferentes. Houve épocas, durante o festival de cinema, em que nem era preciso pedir. Na década de 70, estrelas de cinema, algumas famosas, outras nem tanto arrancavam a parte de cima do biquíni na volta da piscina do Hotel Serrano. Muitas vezes abraçadas a cineastas. Em 1975, uma moça fez história na cidade. Bancando a Lady Godiva, seminua, montada num cavalo, irrompeu na Avenida Borges de Medeiros, em frente ao Palácio dos Festivais, acenando para a multidão boquiaberta. Ao menor pedido de “tira logo o resto”, livrou-se do sutiã para êxtase do público e delírio dos fotógrafos. Dezoito anos mais tarde, a atriz mexicana Claudette Maille, de Como Água para Chocolate, assumiu o papel que Thais Valdez não quis: ao posar para os fotógrafos, no jardim do hotel, começou a levantar a blusa, abriu o sutiã e seu strip-tease acabou estampado em jornais de todo o país. Por essas e tantas outras, em época de festa de cinema Gramado acabou ficando conhecida como a cidade em que a orgia impera. Pudera. Nos idos dos anos 70, como forma de atrair curiosos para a Serra, os organizadores do festival convidavam atores e atrizes em evidência na televisão para desfrutar as regalias da cidade por conta do caixa do festival. A anarquia se instalava em festas privadas, que deixavam praticamente inabitáveis os quartos de hotel. Os ilustres hóspedes convidavam de 10 a 15 amigos (mulheres, na maioria) e promoviam festinhas que se estendiam até o raiar do dia. Coquetel disputado Ao contrário deste ano, que não teve sequer um canapé para marcar o início do festival, as concorridas festas de abertura e encerramento, realizadas no Hotel Serrano, já viveram momentos de abundância. Isso começou em 1985, quando a ala dos boêmios e poderosos da cidade passou a meter o dedo no organograma das badalações. Hoje em dia, as coisas
andam bem mais calmas. Gramado adquiriu tamanha fama que qualquer frase
proferida em público mostra-se capaz de gerar desconfiança – e um certo
constrangimento. (Agência
RBS)
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