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1982
A estrutura do festival quase desmoronou quando Pra Frente Brasil, de Roberto Farias, levou o prêmio de melhor filme. A produção cinematográfica brasileira dava mostras de equilíbrio e um filme produzido pela Embrafilme – empresa estatal – colocava em xeque o regime militar. O diretor Farias havia presidido a Embrafilme de 1974 a 1978, o que complicou ainda mais a situação. Suspense político, na linha das realizações de Constantin Costa-Gavras, o filme se consagrou em meio a competidores do porte de Luz Del Fuego, de David Neves, Asa Branca, um Sonho Brasileiro, de Djalma Limongi Batista, Ao Sul do Meu Corpo, de Paulo Cesar Saraceni, O Segredo da Múmia, de Ivan Cardoso, O Olho Mágico do Amor, José Antônio Garcia e Ícaro Martins, O Sonho Não Acabou, de Sérgio Rezende, Tormenta, de Uberto Mollo, e O Encalhe – Sete Dias de Agonia, de Denoy de Oliveira. Um jogo de futebol de salão entre os artistas e apresentações do folclore gauchesco ficaram em um segundo plano diante da mobilização criada em torno dos filmes que participavam da competição. Uma chuva de estrelas desabou sobre Gramado. O astro Jardel Filho capitalizou as atenções das fãs em sua passagem pelo festival. Walmor Chagas, Cláudio Marzo, Hugo Carvana, Denise Bandeira, Chico Díaz, Helber Rangel – outro nome para a relação dos por onde andará – Edson Celulari e Wilson Grey circularam pelo festival, que em 1982 teve a presença esquiva do poeta Mario Quintana poetando pelos corredores do Hotel Serra Azul. Profissão Travesti, do até então crítico de arte Olívio Tavares de Araújo, foi a sensação do concurso de curtas-metragens. A geração gaúcha do Super-8 aparece pela primeira vez em 35mm, na tela do cinema Embaixador, com No Amor, de Nelson Nadotti.
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