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Festival de Gramado 98

E o Kikito foi para...

A cerimônia de encerramento do 26º Festival de Gramado – Cinema Latino e Brasileiro inovou no formato: teve muito menos público do que nas edições anteriores, dezenas de tropeços nas falas dos apresentadores e numerosas ausências entre artistas e técnicos premiados.


A atriz Luisa Phebo, de 10 anos, recebe o primeiro Kikito

A cada nome anunciado, a expectativa aumentava. Chamava-se um e aparecia outro. "Eu não sou o fulano. Ele está não sei onde. Gostaria de, em seu lugar, agradecer...". Este foi o modelo de frase mais repetido, sábado à noite, no microfone do Palácio dos Festivais.

As chilenas María Izquierdo e Elsa Poblete, que dividiram o Kikito de melhor atriz de longa, não apareceram. A melhor atriz coadjuvante, a venezuelana Beatriz Valdez, também não. Diretores de fotografia, músicos e cenografistas premiados igualmente não vieram.

O cineasta uruguaio Diego Arsuaga levou três Kikitos e nenhum era para ele. Seu filme, Otario, conquistou os prêmios de cenografia, figurino e ator (Ricardo Couto). O diretor achou que não merecia tanto e disse "É um exagero".

Mario Lozano foi ainda mais humilde. Ao receber o Kikito de melhor ator coadjuvante pela sua atuação em O Toque do Oboé, o artista argentino, octagenário, desculpou-se. "Estoy muy cerca del personaje", disse em referência à idade avançada do personagem.

No papel de mestres de cerimônias, atores e diretores de cinema embaralharam o roteiro. Anunciaram um prêmio e entregaram outro, convocaram um enquanto o outro convocado ainda não dera a sua deixa. A apresentadora Cissa Guimarães exercitou o berro ao se assustar com o estouro de um holofote.

Na hora dos agradecimentos, se ouviram as tradicionais referências a mães, pais e colegas. Gustavo Spolidoro, que já havia recebido na quarta os Kikitos de chocolate por melhor Super-8 e melhor direção de Super-8, lembrou do pai, que lhe fazia assistir a filmes de Woody Allen na madrugada, e dedicou à equipe o Troféu da Assembléia Legislativa.

A veterana Lúcia Rocha, 70 anos, personagem-título do documentário A Mãe, endereçou o seu Kikito a todas as mães que, como ela, perderam os filhos. A pequena Luisa Phebo, 10 anos, talentosa estrela de Clandestina Felicidade, agradeceu à Secretaria de Estado da Cultura, “que pagou a passagem para eu vir aqui”. Nascida no Rio, radicada com a família em Recife, Pernambuco, Luisa voou para o palco, braços abertos feito aviãozinho, quando seu nome foi anunciado. (Agência RBS)


  

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